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01/10/2015
Seminário apresenta boas práticas para aperfeiçoar a gestão municipal
Experiências inovadoras têm grande importância, em especial em um momento de crise pelo qual vive o Brasil. Por isso, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) promove nesta quinta-feira, 1.º de outubro, o II Seminário de Modernização da Gestão Municipal. A apresentação de boas práticas é feita durante o Diálogo Municipalista – Encontros Regionais, em São Paulo (SP).
Tecnologias e inovações de gestão a serem copiadas foram expostas durante toda a manhã. Uma das fundadoras da CNM, Dalva Christofoletti, falou da relevância do evento. “Quero agradecer vocês de outros países que estão aqui, porque vocês estão marcando o movimento municipalista. Vocês chegam num momento muito difícil para o Brasil, mas nós vamos passar por isso e chegar lá. Vocês estão aqui trazendo boas práticas, boas experiências. E eu que dediquei minha vida ao municipalismo, fico muito grata. Daqui há alguns anos vamos receber vocês e dizer muito obrigada.”
Carolina Pozo, da cidade de Quito, no Equador, trouxe aos gestores brasileiros a plataforma “my city” – utilizada para saber detalhes sobre as obras em andamento, como o processo de contratação, transparência, onde estão localizadas. Um botão de “participa” será criado para a população denunciar, comentar e interagir. Portanto, uma ferramenta importante de controle. “Isso demostra um esforço de Quito para atender a solicitação do cidadão, além de proporcionar interação direta e colaborativa”, explica Pozo.
Impacto na sociedade
Para ela, dentro de um governo aberto, além da transparência e diálogo, é importante que isso seja usado para formular propostas inovadoras para desenvolver a cidade. São envolvidos nesse processo, empreendedores, organizações não governamentais, mídia, entre outros atores. “Queremos envolver todos num processo de evolução aberta, com alto impacto para a sociedade.”
Na experiência de Quito, busca-se a Inovação em Mobilidade. A prefeitura trabalha para conhecer as rotas de transporte público e lançará em dezembro o aplicativo “city mapa”, com caminhos de um ponto a outro. Outro ponto é a Inovação Urbana, que vai criar o primeiro bairro inteligente, para medir todo o impacto existente na cidadania e gerar um modelo a ser replicado em outros pontos da cidade.
As experiências e o software utilizado pela Prefeitura de Quito foram colocados à disposição para aqueles que quiserem implantar a inovação.
Governo 3.0
Ponto chave de boas experiências é aprender com os erros. E o desafio é abrir espaço de inovação. Ainda no primeiro painel do Seminário, a representante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Cibele Franzese, expôs como a instituição tem formado gestores para o chamado “governo 3.0”. Inicialmente, Cibele ressalta: “o celular pode ajudar por ter georreferenciamento. Ele é o olho do governo em muitos lugares.”
“A gente fala muito sobre ter foco no cidadão, então a gente indica a mudança a partir do olhar do cidadão. Não vou desenhar um serviço para o cidadão, eu vou até a fila, eu converso com ele, eu experiencio o que é estar na fila. Esse trabalho de empatia faz com que os governos descubram o que o cidadão está passando. Nada melhor dele próprio dizer o que ele precisa para o governo redesenhar o serviço”, explanou.
Governo 3.0 são os serviços co-criados com o cidadão. “A maioria dos profissionais não conhecem o usuário do seu serviço”, alertou. Cibele contou a experiência feita pela FGV em Pinheiros (SP) sobre o uso de um espaço pública. “Foi interessante porque conseguimos observar in loco o problema e construímos um hall de recomendações. E 80% disso, a prefeitura conseguiu implementar no outro dia sem custo, sem precisar de novas leis, soluções simples. Então, a gente pode conseguir soluções de baixo custo com colaboração e observação.”
Exemplo em Porto Alegre (RS)
Oportunidade para os Municípios, que são o poder mais próximo do povo, o Smart POA, uma experiência digital de Porto Alegre (RS) foi exposta pelo coordenador de Relações Internacionais, Rodrigo Corradi, Este portal de gestão de POA é uma ferramenta institucional onde os munícipes ajudam a executar o orçamento municipal, dentro de cada uma das secretarias. “É uma interação mais profunda com o cidadão para responder os desafios da boa gestão e da transparência.”
Por meio do Edifica POA, a prefeitura da capital gaúcha conseguiu que as pessoas possam acompanhar os projetos de edificações no Município, até mesmo obras de modificação da própria residência. São mais de 250 atendimentos diários.
Mais um exemplo, o Centro Integrado de Comando de POA consiste no monitoramento 24 horas por dia com 840 câmeras. E o POAapp foi um guia oficial do Município com todas as informações reunidas criado para a Copa do Mundo e mantido pós-evento.
Outros painéis do Seminário estão marcados para o final da manhã e na tarde desta quinta. Acompanhe o evento pelas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram.
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