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02/10/2015
Primeira-dama da Costa Rica fala sobre os desafios de se modernizar um Estado

Mercedes coordena, por exemplo, o Instituto do Desenvolvimento Municipal e Assistência da Costa Rica, entre outros projetos. Para ela, a tomada de decisão na América Central é muito complexa por conta dos inúmeros trâmites e burocracias. “Para ter uma moradia na Costa Rica, o cidadão precisa passar por 37 trâmites. O governo precisa oferecer serviços sem essa burocracia. Existe uma tramitomania que deve ser solucionada, porque isso nos torna ineficientes”, declarou.
De acordo com a primeira-dama, é comum nos governos que, operacionalmente, cada instituição conte com o próprio sistema e muitas vezes eles não conversam. “Precisamos também de capacidades técnicas na gestão pública. Isso está deixando de mãos atadas as administrações públicas.”
Mulheres na política
É importante que as autoridades políticas considerem os interesses da maioria da população. É importante que representem os coletivos do país, alerta Mercedes Domingo. “E o ponto central é a participação política das mulheres. Há leis em vários países que exigem que elas sejam colocadas na disputa de cargos elegíveis. Na Costa Rica, apesar da lei, sempre existe essa realidade: 90% dos prefeitos são homens e 10% são mulheres. Não podemos falar em democracia séria se 50% da população está excluída da política”, destacou.
Sobre o sistema democrático, ela deu uma forte declaração: “democracia significa oferecer serviços de qualidade, oportunidade e equidade para toda a cidadania do país. Não é apenas um sistema eleitoral.”
Modernização do Estado
Para a primeira-dama costa-riquenha, modernizar uma nação implica muitas coisas, em especial o impacto político. “Não podemos andar para a frente ou para trás a cada eleição. É preciso criar uma cultura política que surja das próprias autoridades políticas”, defendeu. Gerar oportunidades, especialmente aos excluídos, fazer com que as pessoas contribuam para a tomada de decisão, a chamada co-criação, são desafios.
Na modernização é fundamental que o governo seja estratégico, identifique as demandas que realmente interessam, que tem grande impacto para que as pessoas vivam melhor, recomenda a palestrante. “É preciso eficiência, respeitar o meio ambiente e ser sustentável. Na Costa Rica, 40% do território é protegido ambientalmente. Para preservar, precisamos ligar tudo à questão da melhoria dos bens e serviços criados nesses espaços.”
Ao finalizar a apresentação, ela fez uma relevante consideração: “um dos pilares do desenvolvimento é a luta contra a corrupção e a transparência. Esses são grandes desafios de modernização do Estado.”