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22/10/2015
Durante o Diálogo Municipalista, CNM lança cartilha sobre a crise hídrica no Nordeste
O Diálogo Municipalista – Encontros Regionais do Nordeste enfatiza a questão da seca. O primeiro painel do evento traz alertas e recomendações para que os prefeitos e demais gestores possam enfrentar este problema e evitar que a situação piore ainda mais. O Diálogo é sediado em Recife (PE) e ocorre nesta quinta e sexta-feira, 22 e 23 de outubro.
A técnica da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Cláudia Lins, apresentou o Observatório dos Desastres. A plataforma, criada pela entidade, mostra quantos e como os Municípios convivem com as Situações de Emergência e Calamidades Públicas, causadas desde as enchentes até à seca extrema. O Observatório também divulga notícias, estudos, cartilhas, informativos meteorológicos, orientações e boas práticas para atuar na área de proteção e defesa civil.
Alguns dados foram expostos no Diálogo, como por exemplo: 1,5 mil decretos de Situação de Emergência foram assinados em 2005 e chegaram a quase 2 mil em 2014. Portanto, quase 500 a mais em dez anos. Os prejuízos com a estiagem ficaram em torno dos R$ 18,5 bilhões, só em 2013. E, neste mesmo ano, alguns Municípios chegaram a decretar a SE quatro vezes, em apenas um ano. As consequências são os danos à propriedade, a suspensão de aulas, transtornos sociais, a degradação ambiental, entre outros.
Gestão como solução
“Quem mais vai sofrer sempre com as mudanças climáticas é o Nordeste. Quando você perde rebanho, há prejuízos e danos que não são computados. E a mídia mostra diariamente que as mudanças climáticas serão intensificadas nos próximos anos. A situação tende a ficar mais séria”, alerta a Confederação.
Para a CNM, se hoje não se consegue lidar, deve-se então priorizar a questão, porque o problema pode piorar. “Não se pode ser refém de programas do governo federal, como o do carro-pipa e esperando a chuva aqui. Gestão municipal é usada não para acabar com a seca, mas para ter ações locais para minimizar os impactos dela”, expõe a palestrante.
Preservação ambiental
Retirar a caatinga é que o desertifica o solo, ressalta a CNM. O desmate agrava todo o processo da seca. A ausência de mata altera a capacidade de captação da água pelo solo. E a gestão do território é do Município.
“O planejamento deve considerar o que são áreas urbanas, quais serão rurais, quais áreas devem ser preservadas, porque a retirada da vegetação diminui consideravelmente a retenção de água”, observa.
Cartilha
“Crise Hídrica no Nordeste: Alertas e Orientações aos Gestores” é o título da cartilha lançada pela CNM durante o Diálogo no Nordeste. A publicação traz, por exemplo, conselhos sobre o uso dos dessalinizadores como opção aos carros-pipa. Artifício usado em alguns Municípios e quem tem dado certo.
Esta publicação está em fase de diagramação e estará em breve disponível na Biblioteca virtual da CNM para qualquer interessado.
A Confederação aproveitou a oportunidade para pedir aos participantes do encontro que participem, contribuam com dados, informações e opiniões. Além disso, a CNM explicou que luta por uma mudança na utilização do cartão da Defesa Civil. “Por que não ter verba neste cartão para prevenção?”, destacou.
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