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27/07/2007
Prefeitos apresentam projetos de combate à violência
Antônio Morossino
Agência CNM
A segurança pública, uma das questões sociais prioritárias em diversos países latino-americanos, foi o principal tema da mesa de debates Segurança Pública: nas mãos de quem?, promovida na tarde desta quinta-feira, 26 de julho, segundo dia de realização do III Congresso Latino-Americano de Cidades e Governos Locais, realizado em Florianópolis (SC). O evento, que teve início na última quarta-feira, 25, encerra nesta sexta-feira, 27.
A mesa, que teve como mediador o presidente da Organização Paraguaia de Cooperação Intermunicipal (Opaci), Basílio Nuñez Gimenez, teve a participação do prefeito de Chacao, de Miranda (Venezuela), Leopoldo López, do presidente da Associação de Municípios do México (Ammac) e prefeito de Naucalpan de Juarez (México), José Luís Duran Reveles, o prefeito de Ecatepec de Morelos (México), José Luís Gutiérrez Cueño, da representante da Defesa Social de Diadema (SP), Regina Miki, e ainda do assessor da área de Segurança da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Wilson Muller.
O enfoque principal durante as apresentações esteve nas diversas experiências na aplicação de projetos e ações relativas à segurança pública em diversos municípios da América Latina. Na avaliação do assessor da área de Segurança da CNM, Wilson Muller, um dos principais problemas que contribuem para o ato criminoso é o grande índice de uso de drogas. “Acredito que esta é uma das causas imediatas para a criminalidade, é fundamental que o governo, aliado à sociedade e aos órgãos sociais que combatem esse mal, possa fomentar cada vez mais programas que lutem contra o aumento do uso de drogas”, observou Muller.
Segundo o assessor, que atua há mais de 20 anos como delegado e atualmente é advogado, o custo da criminalidade é muito mais alto que o da prevenção. E ainda faz um alerta: “Em um país onde se contróem menos escolas do que são necessárias, espero que não seja preciso construir mais presídios no futuro”.
Chacao
Outra apresentação que chamou muito a atenção do público presente foi a do prefeito de Chacao. López revelou dados e informações bastante preocupantes sobre a questão da segurança pública na Venezuela. Atualmente, o município de Chacao é considerado um dos mais violentos da América Latina. No entanto, diversas providências para o combate do alto número de homicídios na região também foram apresentadas, como o programa “Plan180”, que contempla uma série de ações sociais, culturais, econômicas e políticas, voltadas para a melhoria da gestão municipal.
“Acredito que o investimento em capital humano seja uma das melhores ferramentas para a mudança de nosso cenário, penso que importantes fatores como a prevenção, reforma policial e melhoria do sistema prisional também terão um papel essencial nesse contexto”, defendeu López.
Para a representante da Defesa Social de Diadema (SP), Regina Miki, o problema da falta de confiança na segurança pública, no Brasil, enfrenta diversos problemas, entre eles a institucionalização das políticas de segurança. Outro fator atribuído por ela é a falta de divulgação nos veículos de comunicação de ações positivas da polícia. “O que vemos muito na mídia são casos onde o erro da polícia é reprisado várias vezes. Isso vai gerando uma enorme falta de credibilidade da população em relação a segurança pública”, relata Miki.
Angústias
Para o prefeito de Ecatepec de Morelos (México), José Luís Gutiérrez Cueño, os municípios, de toda a América Latina, possuem características muito contrastantes, porém, sob certos aspectos, dividem problemas e angústias sociais.
“É importante conhecermos, a partir de eventos desse porte, projetos bem sucedidos que buscam combater os mesmos problemas”, salientou. Na avaliação do presidente da Ammac , José Luís Duran Reveles, “a comparação nos permite saber se estamos no caminho certo”. Reveles elogiou a realização do evento e acredita que as sugestões e discussões promovidas pelas autoridades presentes possam gerar frutos em beneficio das políticas municipais de desenvolvimento na América Latina.