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19/12/2008
Panorama mundial: pesquisa aponta crescimento de mulheres na gestão
CNM
Um estudo com o levantamento de dados a respeito da proporção de mulheres eleitas em nível local, regional e nacional em 54 países – conduzido pela organização internacional Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU), com o apoio do Ministério das Relações Exteriores dos Países Baixos – disponibiliza um panorama mundial a respeito da igualdade de gênero no âmbito eleitoral. A base de dados é pioneira no tema.
Parte do Programa Global de Mulheres na Tomada de Decisão Local da CGLU, o mapeamento, iniciado em 2003, analisou a porcentagem de prefeitas e vereadoras eleitas. De acordo com os dados desse estudo, o líder da igualdade política de gênero na América Latina é o Chile, o qual teve 12,7% de prefeitas eleitas e 48,4% de vereadoras, percentuais até mais favoráveis ao gênero feminino do que os de países escandinavos, como a Finlândia. Em segundo lugar, regionalmente, vem a Bolívia, com 10,6% de prefeitas e 34% de vereadoras, logo seguida pela Argentina, Venezuela e pelo Brasil, o qual obteve 5% de mulheres na prefeitura e 12% nas câmaras legislativas.
De acordo com a Assessoria Internacional de Confederação Nacional de Municípios (CNM), levando em conta as últimas eleições de 2008, a porcentagem de prefeitas eleitas no Brasil teve uma relativa melhora, estimativa aproximada de 9,1%.
Em termos continentais, a África é a região com maior porcentagem de prefeitas (30%); entretanto, apenas 4 países africanos tiveram seus dados analisados, o que suprime qualquer tipo de generalização conclusiva a respeito do tema na região. A América Latina ocupa a segunda posição em porcentagem de prefeitas (26,1%), vindo, depois, América Central (24,1%), Europa (23,9%), Ásia-Pacífico (17,5%) e, por último, Oriente Médio e Mediterrâneo, que, por questões culturais ou de déficit humanitário, possuía apenas 2,1% de prefeitas e 0,8% de mulheres no cenário legislativo, na época. Os dados da América do Norte não foram disponibilizados.
Conclusões
Na Cúpula de Beijing +10, ocorrida em março de 2005, em Nova Iorque, a posição dos governos locais consistiu das seguintes conclusões: apesar de o objetivo da igualdade estar longe de ser alcançado, a lacuna entre Europa e os outros continentes está diminuindo; ainda que apenas 20% das câmaras legislativas seja formado por mulheres, a participação destas segue em crescimento; os países com maior quantidade de gestoras legislativas (vereadoras) têm maior probabilidade de constatar mais mulheres no parlamento.
Entre as últimas conclusões, têm-se que os postos-chave ainda resistem ao avanço feminino, como se verifica na distância percentual entre prefeitas e vereadoras eleitas. Por fim, os sistemas de cotas implantados em alguns países têm sido decisivos para tomada de posição feminina, mas esses mecanismos precisam vir acompanhados de uma mudança cultural a fim de se conseguir uma real melhora das condições de vida política.
Com informações da CGLU