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09/04/2013
Municípios do Acre decretam Situação de Emergência Social por conta da imigração
O Estado do Acre decretou emergência social para os Municípios de Epitaciolândia e Brasiléia em consequência da chegada descontrolada de imigrantes nestes locais, em sua maioria haitianos. De acordo com a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, entre janeiro e o começo de abril de 2013, 2.700 imigrantes já passaram por Brasiléia. Atualmente, 1.300 pessoas estão vivendo no abrigo em Brasiléia, com capacidade para apenas 250 pessoas.
O Município de Brasiléia tem 21.398 habitantes e de acordo com o prefeito, Heraldo Gomes Pereira, a situação fugiu totalmente do controle. “Quando nós temos 1.300 pessoas, são 3.900 refeições por dia, e não existe uma empresa em Brasiléia que comporte. Não existe espaço nem para colocar os colchões no chão", explica.
O prefeito de Epitaciolândia, André Luis Pereira afirma que o Município já gastou mais de R$ 400 mil ao longo dos últimos três anos para dar abrigo e apoio aos imigrantes. “Estamos denunciando esta situação há anos, e somente agora o Estado resolveu decretar Situação de Emergência Social”. O Município com 15 mil habitantes, recebe mensalmente mais de 400 imigrantes. “Se as fronteiras não forem fechadas, o número de imigrantes vai aumentar e nos próximos três meses teremos mais de quatro mil pessoas aqui e em Brasiléia”, calcula temeroso.
Para o prefeito, a União precisa tomar as medidas cabíveis de forma urgente para resolver a situação. “O povo daqui é muito hospitaleiro, mas as pessoas estão vivendo aqui sem condições, eles vivem no abrigo, sem higiene, todos amontoados, tem mulheres e crianças sem cuidados, e muitos estão doentes”, relata o prefeito.
Mesmo com esperança de receber repasses para ajudar a receber os imigrantes, o prefeito alerta que é preciso um plano de ação para que estes imigrantes consigam emprego e cidadania, pois para Ferreira está claro que eles não vão voltar para o Haiti. “Funcionários do ministério de Relações Exteriores visitaram o Município e apuraram a situação, mas nada foi feito até o momento”, conta.
Além dos haitianos, pessoas de outros países começam a utilizar a fronteira entre Assis Brasil e a cidade peruana de Iñapari como porta de entrada para o Brasil. Vindos de países como o Senegal, Nigéria, República Dominicana e Bangladesh eles passaram a dividir com os haitianos o abrigo montado em Brasiléia.
O processo de imigração haitiana para o Brasil teve início pouco depois do terremoto, que há três anos matou mais de 250 mil pessoas no Haiti e deixou 1,5 milhão de desabrigados. Por causa das condições precárias dos acampamentos, uma epidemia de cólera obrigou parte da população a buscar refúgio no Brasil.