Livro sobre Políticas Públicas de Gênero é lançado por fundadora do MMM

“A trajetória da mulher brasileira na busca pela paridade de representação política, tem sido uma luta árdua, permeada de avanços pouco significativos nestes 88 anos de concessão do direito de voto às cidadãs do sexo feminino”. A fala foi feita pela fundadora do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM), Tania Ziulkoski, nesta quarta-feira, 14 de dezembro, durante o lançamento do Livro Políticas Públicas de Gênero no contexto da gestão local: enfrentamento da Covid-19, em cerimônia no Superior Tribunal Militar (STM). A solenidade aconteceu na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (Enajum) e foi transmitida pelo canal do YouTube do STM.

A fundadora do MMM destacou a importância da presença da mulher na gestão dos negócios públicos municipais e lamentou o processo lento que elas enfrentam em busca desse espaço. “É uma caminhada que avança muito lentamente, se compararmos com os avanços que a mulher tem alcançado quando estes dependem apenas da sua vontade e esforço. Somos maioria no colégio eleitoral brasileiro; somos maioria nas Universidades, na formação em nível superior; somos maioria como educadoras; somos maioria no preenchimento de vagas nos concursos públicos, mas não conseguimos vencer a barreira do preenchimento de vagas para concorrer a cargos eletivos e muito menos em conseguir a eleição, quando candidatas”.

Tania Ziulkoski ressaltou ainda o papel do MMM e quais são as expectativas do grupo de mulheres com o lançamento do livro. “O MMM quer exatamente auxiliar na superação dessa barreira. Atuamos sempre para demonstrar, promover e exemplificar o comando feminino na superação dos desafios diários da saúde, educação, assistência, administração, planejamento, meio ambiente, turismo, cultura e outros de importância para o desenvolvimento humano e social”, explicou.

Por fim, a fundadora do MMM frisou a alegria de lançar um livro com um tema tão importante. “Essa é uma ocasião especial para agradecermos e ressaltarmos a ministra Maria Elizabeth que tem sido uma partícipe atuante do nosso construir feminino municipalista e com a qual queremos continuar contando para que a causa que defendemos alcance seus objetivos e a mulher brasileira. Muito obrigada ministra, continue somando conosco nesta empreitada que avança morosamente, mas que erige alicerces sólidos para avanços significativos e perenes.Acreditamos firmemente que a presença feminina na administração pública será um fator de qualificação significativa desse segmento fundamental para a prosperidade da Nação Brasileira”, agradeceu a municipalista.

A ministra do STM Elisabeth Rocha falou em seguida e também enalteceu a alegria de lançar a publicação. “Tive a honra de participar da obra com um texto. E cumprimento esta instituição, CNM e MMM, pelo engajamento com as lutas de seu tempo e pela sua consciência de que a democracia não se edifica sem a participação feminina”, destacou a ministra que também completou dizendo que é necessário abrir espaço para as mulheres. “Entendê-la induz a carga de compreensão vivenciada pelo gênero feminino nas esferas políticas, sociais e econômicas. O patriarcado tal qual vivenciamos, sempre ocupou prioritariamente o âmbito coletivo mais visível e importante em detrimento das mulheres ocultadas nas esferas domésticas e privadas”, disse a ministra ao parabenizar o MMM e agradecer a participação na autoria do livro.

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, participou do lançamento do livro e em sua fala afirmou conhecer os desafios enfrentados pelas gestoras municipais. O líder do movimento municipalista parabenizou as prefeitas, a fundadora do MMM e a ministra do STM pelo lançamento. Estavam presentes na cerimônia o presidente do STM, ministro general Ex Lúcio Mário de Barros Góes e outros representantes do Superior Tribunal Militar.

O livro
O livro é resultado de um evento que ocorreu em dezembro de 2021 e contou com a participação de diversas mulheres com experiência na gestão local. Durante o período pandêmico, foram muitos os exemplos da gestão feminina no enfrentamento da Covid-19, com práticas precisas, ágeis e eficientes. Mesmo sem a presença de uma mulher à frente dos trabalhos de combate ao vírus no Brasil, em âmbito nacional, 636 prefeitas fizeram a diferença.

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Por Mabilia Souza
Da Agência CNM de Notícias