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29/11/2010
Fundo das Nações Unidas para a Infância lança campanha contra racismo
CNM
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lança nesta segunda-feira, 29 de novembro, uma campanha de combate ao racismo contra crianças negras e indígenas. O objetivo da campanha é reduzir a vulnerabilidade dessas crianças, que sofrem com a falta de estudos e com a alta taxa de mortalidade.
Atualmente, o Brasil soma mais de 30 milhões de crianças negras e 150 mil indígenas. Entre os jovens de sete a 14 anos que não frequentam a escola, mais de 60% são negros; e a taxa de mortalidade infantil entre os indígenas é duas vezes maior do que a média nacional. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A especialista de Programas de Proteção à Infância do Unicef no Brasil, Helena Oliveira Silva, explica que a raiz do problema da desigualdade está além da questão socioeconômica. “Apesar do avanço das políticas públicas brasileiras, alguns grupos de famílias e crianças continuam em situação de vulnerabilidade. Grupos que historicamente vinham sendo ausentes nas políticas permanecem na mesma condição”, destaca.
Além das peças publicitárias, a campanha lançará um blog e uma cartilha com orientações para informar e chamar atenção da população para o problema. Helena diz que a iniciativa do Fundo é responsabilidade de todos e que a situação não deve se perpetuar. “Diante de uma situação de discriminação no cotidiano, muitos não sabem como explicar de forma adequada a questão da diversidade para uma criança, seja ela branca, negra ou indígena”, afirma.
Veja abaixo a lista preparada pelo Unicef para a campanha:
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
2. Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem ser desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer!
3. Não classifique o outro pela cor de pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apóie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito a crescer sem ser discriminado.
5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa junto ao conselho tutelar, às ouvidorias dos serviços públicos, da OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.
Agência CNM com informações da Agência Brasil