Debate sobre transportes ganha mais visibilidade internacional; tema foi predominante na COP21

O setor de transportes ganha cada vez mais visibilidade internacional. A última Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas (COP21) realizada em Paris, na França, foi uma vitrine para a discussão do tema. O assunto ganhou destaque entre líderes mundiais sobre o cenário de redução da emissão de gases poluentes.

Durante o período do evento, 195 países representados por 40 mil pessoas abordaram o tema. A ideia foi disseminar o progresso de alguns países em relação à integração dos sistemas de transporte e às ferramentas que ajudam a dar mais visibilidade, como as boas práticas. Nesse contexto, A COP21 teve um dia dedicado ao transporte sustentável. Na ocasião, lideranças de diversas organizações e representantes de vários países compartilharam experiências em projetos de sucesso ao redor do mundo.

Um dos países que apresentou sua contribuição para o tema foi a Indonésia. Na oportunidade, representantes explicaram como a nação pretende construir 29 corredores de BRT nos próximos anos. A Etiópia também participou ao anunciar a intenção de desenvolver 3 mil quilômetros de VLT incorporando princípios do Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS).

Relatório ITDP
As discussões sobre os modelos financeiros inovadores de apoio à mobilidade sustentável expostas por Bernhard Ensink (European Cycling Foundation) e Lou Fulton (UC David) foram citadas na apresentação do relatório de um novo relatório do ITDP. O documento é composto de ações sobre a economia e redução na emissão de gases poluentes em um cenário com maior uso da bicicleta, transporte público e deslocamento a pé.

No documento, especialistas defendem que o ciclismo poderia desempenhar um papel mais abrangente nas cidades de todo o mundo. O argumento é de que o meio de transporte oferece benefícios a saúde e acessibilidade. Eles também poderiam envolver uma proporção muito maior de passageiros que utilizam o transporte urbano, o que ajudaria a reduzir o uso de energia e as emissões de CO2 em todo o mundo.

O relatório apresenta um novo olhar sobre o futuro do ciclismo para o transporte urbano. Ele desconcentra a utilização de bicicletas apenas para o lazer e contribui mais para a mobilidade sustentável. Segundo informações do documento, os resultados mostram o aumento do ciclismo geraria uma economia de US$ 24 trilhões entre 2015 e 2050. Outra vantagem seria a redução de CO2 pelo transporte urbano de passageiros em quase 11% em 2050.

Legislação
Em junho de 2013, o governo federal publicou o primeiro Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima (PSTM). A legislação regulamenta a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC).

O PSTM buscou identificar cenários de emissões de CO2 no setor de transportes e mobilidade urbana. O objetivo foi delinear as estratégias de desenvolvimento e de implantação das medidas de mitigação indicadas. No entanto, ele não tratou da estratégia de adaptação da mobilidade urbana às mudanças climáticas.

A PNMC define que os Planos Setoriais devem ser revistos a cada dois anos. A revisão deste Plano Setorial oferece uma oportunidade de aprofundar o entendimento dos desafios e soluções para adaptação a mudança do clima pela primeira vez.

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