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19/11/2015
Brasil reduz em 5,7% número de mortes no trânsito; endurecimento da Lei Seca pode ter ajudado
O Brasil conseguiu reduzir o número absoluto de mortos no trânsito. Foram 44.812 mortes em 2012 e 42.266 em 2013. Isso representa uma queda de 5,7% de um ano para o outro. Os números foram apresentados nesta quarta-feira, 18 de novembro, na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília.
A taxa de mortalidade caiu ainda mais, em 6,5%, de 22,5 mortos por 100 mil habitantes, em 2012; para 21 casos por 100 mil habitantes, em 2013. O Ministério da Saúde destaca que a queda é um possível reflexo do endurecimento da Lei Seca, em 2012.
Segundo o balanço apresentado nesta quarta-feira, das mortes em 2013 - 42.266 pessoas - 28,8% eram ocupantes de motocicletas - 12.040 pessoas.
Motocicletas
Em 2008, os custos com as internações por acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS) foram de R$ 117 milhões. Apenas com as motocicletas, os custos foram R$ 49 milhões. Em 2013, o valor gasto com internações no SUS crescem 95%, chegando a R$ 229 milhões. Somente com as internações de acidentes com motocicletas foram gastos R$ 112 milhões, em 2013 – valor 128,5% maior do que o despendido em 2008.
O estudo apontou, ainda, que a frota de veículos mais que dobrou na última década, tendo crescido 121%, entre 2003 e 2013, e que o crescimento da frota de motos foi de 247%, em dez anos. Os veículos de duas rodas passaram de quase 6 milhões para quase 22 milhões.
Cinto de segurança
Também foi apurado o comportamento no trânsito e o estudo revelou que metade dos brasileiros não usa cinto de segurança nos bancos de trás dos veículos. No banco da frente, são 20,6% os que afirmam nem sempre usar. Parcela de 79,6% disse sempre usar o cinto de segurança. Na zona rural, 55,2% afirmam nem sempre usar o cinto no banco de trás. Estudos, entretanto, mostram que o cinto de segurança no banco da frente reduz em 45% o risco de morte, e no banco de trás, em 75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade.
Capacete
Entre aqueles que pilotam motos, o trabalho apontou que na média nacional, 83,4% da população afirmam sempre usar capacete ao pilotar motos. Ou seja, sobra uma parcela de 16,6% que afirma nem sempre usar o capacete ao conduzir. No campo, os índices são piores. Fatia de 31,7% nem sempre usa capacete ao conduzir motos.
A combinação “álcool e direção” infelizmente ainda faz parte do trânsito brasileiro. O estudo apurou que 24,3% da população brasileira admite dirigir logo depois de beber e que na zona rural, esse percentual é de 30,4%. O Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei.
Em todo o mundo, 1,25 milhão de pessoas são mortas e em torno de 30 a 50 milhões ficam feridas a cada ano em decorrência de acidentes de trânsito. Os óbitos atingem principalmente crianças e jovens de 5 a 29 anos, sendo que os jovens do sexo masculino são as principais vítimas. A 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, começou nesta quarta-feira, 18, e prossegue até está quinta-feira, 19, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).
Agência CNM, com informações do Ministério da Saúde