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08/04/2013
Banco Mundial financia estudo sobre planejamento para mudanças climáticas
A Unidade de Gerenciamento de Risco de Desastres para América Latina do Banco Mundial financiou um estudo sobre planejamento para mudanças climáticas nos Municípios da América Latina e Caribe. O objetivo do projeto é desenvolver um livro de referência para os gestores tomadores de decisão.
Pela internet, gestores de 226 Municípios de 20 países do continente responderam à pesquisa, 11% deles eram brasileiros. Os questionários foram respondidos entre julho de 2010 e março de 2011. O perfil dos Municípios pesquisados é de pequeno e médio porte: 49% deles têm uma população de menos de 50 mil habitantes e 39%, entre 50 mil e 500 mil habitantes.
Resultados
A pesquisa mostrou que é crítica a promoção de Desenvolvimento Urbano adequado em Municípios com menos de 500 mil habitantes. Eles foram os que mais cresceram entre os anos 1990 e 2000, mas o acesso a serviços básicos não acompanhou o crescimento dessas áreas. A conclusão do estudo é que, isso não só contribui para a ocorrência de desastres como também intensifica as consequências na saúde dos afetados.
A pesquisa revelou que 56% dos Municípios entrevistados são afetados por enchentes, 38% por secas, 16% por tempestades e deslizamentos de terra, e 11% por furacões.
A maioria dos gestores relatou que as partes mais vulneráveis da população vivem em áreas com pouca infra-estrutura e próximas a cursos de água, portanto, correm alto risco de serem atingidos por eventos climáticos.
Os setores da Agricultura e Pecuária foram considerados os mais afetados por fenômenos climáticos em Municípios pequenos, seguidos por Habitação, Turismo, Infra-estrutura rodoviária e abastecimento de água.
A pesquisa aponta ainda impactos como a perda direta de casas e propriedades, danos nas residências e perda no valor das propriedades; mortes, aumento no número de doenças e acidentes; perda de plantações e do rebanho e problemas na infra-estrutura, como nas estradas, no suprimento de água e luz e centros de saúde.
Gerenciamento de desastres
Entre os entrevistados, apenas 37% relataram ter programas para o gerenciamento de desastres. Uma parcela mínima de participantes possuía programas para a redução da vulnerabilidade a eventos climáticos e todas essas iniciativas estavam concentradas no setor de Habitação: 1% na construção de casas mais seguras, 1% para o melhoramento de favelas e 1% no controle de favelas.
Outro problema identificado pela pesquisa é que os Municípios não promovem mudanças nos programas existentes para lidar com os impactos dos efeitos climáticos. Em termos de adaptação às mudanças climáticas, somente nos Municípios mexicanos foram identificadas ações nesse sentido.
O que o gestor municipal pode fazer?
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reconhece a importância desse tipo de iniciativa que demonstra não só que há muito a ser feito, como também a importância dos pequenos Municípios. A entidade pede assim que os gestores municipais reflitam sobre as questões abaixo e busquem implementar ações locais.
1. Como os fenômenos climáticos (enchentes, secas, tempestades, deslizamentos de terra e etc.) têm prejudicado a economia do Município, danificado infra-estruturas e dificultado a vida da população?
2. Como gestor municipal tenho buscado implementar ações para lidar com os riscos e os efeitos desses problemas?
3. Será que tenho procurado soluções para fazer alterações (mesmo que pequenas) em programas existentes para minimizar os riscos e adaptar às novas situações climáticas?
Como se vê na pesquisa, esse problema não é só brasileiro. A CNM incentiva os gestores municipais não só a refletir sobre o assunto, mas buscar soluções e parcerias no Brasil e fora do país.
Mais detalhes sobre a pesquisa podem ser acessados aqui.