Transporte público: ônibus elétricos são produzidos e utilizados em Curitiba (PR)

Curitiba, capital paranaense, aposta em novas tecnologias para o transporte público. O Município é o primeiro do Brasil a produzir o hibribus, um ônibus com dois motores, um com biodisel e outro movido à energia elétrica. A produção desse novo modelo é feita por uma empresa brasileira que possui filial na cidade. Desde dezembro de 2012, Curitiba possui uma frota de 30 hibribus.

Cada ônibus custou R$ 625 mil e foram pagos pelas empresas que exploram o transporte público na capital do Estado. O valor é superior aos veículos coletivos convencionais, no entanto, os benefícios ambientais compensam. Além do mais, “a população agradou bastante”, explica a Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo transporte público.

Os motoristas do hibribus passaram por capacitação nas empresas. Segundo a Urbs, a cada entrada de um novo modelo é feito um treinamento. O hibribus atende cinco linhas da capital paranaense, uma circular e quatro bairro a bairro. Ao todo, 20 mil passageiros utilizam o ônibus elétrico por dia. Cada um deles tem capacidade para 85 passageiros, outra vantagem.

Tecnologia
O hibribus é silencioso e se auto abastece a cada parada. “Não precisa ficar na tomada”, explica a Urbs. No arranque, a tecnologia usada é a elétrica e até 20 km por hora ele funciona com o mesmo motor. Só a partir desta velocidade, o motor a biodisel é acionado e depois desligado quando o veículo fica parado. Sem o barulho dos ônibus convencionais, há mais conforto aos usuários e motoristas.

De acordo com a Urbanização de Curitiba, a economia de combustível do hibribus chega a 35%, e provoca uma redução de 35% na emissão de gás carbônico. Essa tecnologia no transporte público diminui 80% a emissão de óxido de nitrogênio e 89% de fumaça.

Aumento na frota
A Agência da Confederação Nacional de Municípios (CNM) questionou a Urbs em relação à expansão da frota. Os responsáveis explicaram que em dezembro, quando o uso do hibribus completará um ano em Curitiba, vai haver uma avaliação de desempenho, atendimento e impacto ambiental. Com os resultados, será debatida a ampliação. “Novas tecnologias custam caro e isso tem que ser discutido também com a população”, esclarece.

O ônibus com dois motores foi lançado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Os Estados e Municípios interessados devem orientar as empresas a buscar financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que desde o ano passado financia a compra deste tipo de veículo produzido no Brasil.

O Estado do Rio de Janeiro deve ser o segundo no país a produzir o hibribus.