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11/02/2014
Sistema que leva água a Municípios paulistas está com 19,6% do volume; Municípios fazem racionamento
Com 19,6% de sua capacidade de armazenamento, o maior reservatório de água de São Paulo atingiu nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, o menor nível da história desde sua criação na década de 70 do século passado. Apesar disso, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ainda não há desabastecimento e a oferta permanece normal. A companhia não informou, porém, a partir de que nível pode haver racionamento.
O Sistema Cantareira abastece 364 Municípios do Estado e quase 9 milhões de pessoas na região metropolitana da capital. No mesmo período de 2013, o volume de armazenamento do sistema estava a 54,1% do total. Nos dez primeiros dias de fevereiro passado, o índice pluviométrico marcava 97,6 milímetros (mm). No acumulado deste ano, o volume ficou em 2mm – a média histórica do mês é 206,5 mm.
Segundo estudo técnico do Consórcio PCJ, que opera os reservatórios dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, seriam necessários 1.000 mm de chuva durante 60 dias para que os reservatórios do Sistema Cantareira voltassem a operar com 50% da capacidade de armazenamento. Caso não ocorram alterações no regime de chuvas e de retirada de água dos reservatórios, levará 80 dias para que toda a água do sistema seja consumida.
Medidas de racionamento
Pelo menos cinco Municípios do interior paulista já anunciaram ações de racionamento. Em Vinhedo, o racionamento ocorre desde dezembro. A cidade conta com um sistema de monitoramento que aponta as regiões onde o consumo está acima da média. Tais localidades podem ter o abastecimento suspenso de duas ou três horas, ou até quatro, se a situação for crítica. Em Guarulhos, o revezamento ocorre em seis bairros do Município.
Em Diadema, a companhia de saneamento iniciou, há cerca de dez dias, um rodízio no abastecimento entre bairros. Segundo a prefeitura, não se trata de racionamento, que só ocorreria se um volume limite fosse fixado para cada família. A manobra está sendo feita porque o calor fez aumentar o consumo d'água, o que demandou maior volume do que o recebido pelos reservatórios.
No Município de Valinhos, o racionamento ocorre há três dias. A cidade foi dividida em sete áreas, de acordo com os dias da semana, e duas ficam sem água duas vezes por semana, em dias intercalados. E podem ser notificadas e multadas, em R$ 336, as pessoas que molharem quintais e jardins ou lavarem calçadas no período de racionamento.
A concessionária Águas de Itu também está racionando água no Município das 20h às 4h. O objetivo é recuperar o nível dos mananciais, que estão com menos de 10% da capacidade. A situação é mais grave na região de São Miguel, responsável pelo abastecimento da Estação de Tratamento de Pirapitingui, que secou completamente.
Comitê
A primeira reunião do comitê formado pelos governos estadual e federal para gerenciar o problema do baixo volume nos reservatórios paulistas deverá ocorrer nesta quarta-feira, 12. Na oportunidade, serão discutidos temas como a mudança na partilha de água feita entre os Municípios da região de Campinas, Piracicaba e Limeira e a região metropolitana de São Paulo. Participarão representantes da Agência Nacional de Águas (ANA), do Departamento Estadual de Água e Energia Elétrica (Daee) e dos comitês de bacias do Alto Tietê e dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Agência CNM, com informações da Agência Brasil