Semana do Meio Ambiente: conheça Municípios que são amigos da bicicleta

Ser uma cidade amiga da bicicleta é ter planejamento e destinar recursos para incentivar o uso do meio de transporte, além de oferecer à população — ciclistas, pedestres e motoristas — infraestrutura e informação sobre o tema. Para encerrar as comemorações da Semana do Meio Ambiente, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) traz exemplos de localidades que conseguiram implementar uma cultura ciclística e, dessa forma, melhoraram a mobilidade urbana de uma forma geral.

Em todas as regiões do Brasil, e nas mais diversas condições sociais, a bicicleta está presente como meio de transporte. Cidade amazônica a 320 quilômetros de Belém, Afuá, no Pará, tem apenas uma maneira de locomoção por transporte público: a bicitáxi. O veículo não motorizado é construído por meio da junção de duas bicicletas. Por lá, apenas as bikes têm vez, pois toda a cidade foi construída em palafitas. A medida é necessária porque o Município está localizado em região de várzea e precisa estar suspensa para se proteger dos períodos de cheia.

Em Cáceres, no Mato Grosso, a prefeitura estima que o número de bicicletas já superou a quantidade de habitantes. São 130 mil delas para um Município de cerca de 93 mil moradores. Carinhosamente chamada de a Princesinha do Rio Paraguai, a cidade fica na fronteira com a Bolívia, a 214 quilômetros da capital Cuiabá, e é destino conhecido por pescadores. No Sudeste, em Ilha Solteira, situada no Estado de São Paulo, as mulheres são presença constante no pedal. Por lá, elas representam 40% do total de ciclistas. O Município, que abriga universitários e atrações turísticas com praias de água doce, tem mais de 17 mil bicicletas e população de 26 mil habitantes.

Localizado na região Sul do país, Pomerode, Município de Santa Catarina, é famoso pela colonização europeia, principalmente alemã. A geografia plana e o clima ameno o ano inteiro favorece o uso da bicicleta como meio de transporte. Com pouco mais de 33 mil habitantes, a região conta com uma bicicleta para cada dois habitantes. As praias de Tamandaré, em Pernambuco, com areias brancas e piscinas naturais, atraem turistas em busca de sossego e privacidade. A prefeitura da cidade calcula que 30% das viagens diárias são feitas no veículo não poluente de duas rodas.

Poluição do ar
As emissões dos transportes são uma das que mais causam impactos na qualidade do ar. A malha rodoviária é responsável por 90% das emissões de gases poluentes e de gás carbônico do setor de transporte, de acordo com segundo Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários.

No Brasil, as indústrias eram a principal fonte de poluição até a década de 1980. Mas, na década de 1990, os veículos passaram a ser a principal fonte de poluentes em conglomerados urbanos. Dos combustíveis, o diesel, usado principalmente em ônibus e caminhões, é o mais agressivo. Na capital paulista, pesquisa do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), publicada em julho, apontou que ônibus e caminhões, apesar de representarem apenas 5% da frota veicular da cidade, são responsáveis por 50% dos poluentes.

Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu a poluição do ar como tema para conscientização. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) aderiu à campanha e durante a semana articulou uma série de ações para alertar e orientar gestores públicos e a população.

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Da Agência CNM de Notícias
Foto: Prefeitura de Afuá (PA)