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02/06/2020
Semana do Meio Ambiente: a relação entre pandemia, Unidades de Conservação e biodiversidade
O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado na próxima sexta-feira, 5 de junho, e o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para este ano é a biodiversidade. A campanha da Confederação Nacional de Municípios (CNM) busca chamar atenção sobre a relação do ser humano com a natureza neste momento de pandemia, causada pela Covid-19. Na sexta-feira, no encerramento da ação, será realizado um Bate-Papo com a CNM em homenagem à data. A conversa será transmitida ao vivo pelas redes sociais da entidade.
O novo coronavírus tem mostrado que a saúde ambiental está ligada à saúde humana. A Covid-19 é uma doença zoonótica, o que significa que é transmitida entre animais e pessoas. Alguns exemplos que surgiram recentemente são o Ebola, a gripe aviária, a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), a Febre do Nilo Ocidental, o Zikavírus e, agora, o coronavírus.
Essas doenças ameaçam a saúde da população e, quando os sintomas são graves, a falta de exposição prévia significa que os humanos não possuem anticorpos para se defender contra a doença. Estudos científicos apontam que novas pandemias podem surgir por causa das transformações do meio ambiente – geralmente resultado das atividades humanas, que vão desde a alteração no uso da terra até a mudança climática.
Proteção dos ecossistemas
Para entender melhor esse tema, é preciso responder a seguinte pergunta: afinal, o que é a biodiversidade? A biodiversidade, ou diversidade biológica, é a variabilidade dos seres vivos que compõem a vida na Terra. Abrange cerca de 8 milhões de espécies no planeta, incluindo plantas, animais, fungos, bactérias e os ecossistemas que os abrigam, como oceanos, florestas, ambientes montanhosos e recifes de coral - bem como a diversidade genética encontrada entre eles.
Cada espécie desempenha um papel importante para manter um ecossistema equilibrado e saudável, e a perda de biodiversidade e de habitats pode aumentar a propagação de doenças infecciosas e vírus. Como os processos de extinção de espécies vegetais e animais ocasionam mudanças nos hospedeiros animais, há contaminação de novos hospedeiros.
Para evitar futuras zoonoses, devem ser abordadas as diferentes ameaças aos ecossistemas e à vida selvagem, incluindo perda e fragmentação de habitats, comércio ilegal, poluição, espécies invasoras e, cada vez mais, mudanças climáticas. A maneira mais fundamental de proteger de zoonoses é diminuir a destruição da natureza. Onde os ecossistemas são saudáveis e biodiversos, eles são resilientes, adaptáveis e ajudam a regular as doenças, de modo que é mais difícil que um patógeno se espalhar rapidamente ou dominar.
Responsabilidades municipais
Nesse contexto, a área de Meio Ambiente da CNM destaca o papel que os Municípios brasileiros já exercem na proteção da biodiversidade brasileira. As Unidades de Conservação (UCs) municipais são exemplos de como pode acontecer a compatibilização do desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente. Existem mais de 1.300 UCs municipais distribuídas no país, que oferecem novas experiências e ampliam a proteção da biodiversidade nos biomas brasileiros.
A Confederação explica que as áreas protegidas pela administração municipal proporcionam diversos serviços à sociedade, bem como oportunidades de desenvolvimento territorial e financeiro. As UCs apresentam vantagens comprovadas para os Municípios, como evitar ou minimizar desastres naturais como enchentes; manter a qualidade do ar, do solo e dos recursos hídricos; e fomentar atividades ligadas ao turismo ecológico e à educação ambiental. Os Municípios inseridos em Estados com Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico também podem receber recursos financeiros por possuírem UCs em seus territórios.
Tendo em vista que a conservação acontece na escala local, a maior visibilidade das unidades de conservação municipais pode fortalecer uma agenda de proteção local oficial, evidenciando e estimulando o desenvolvimento de capacidades e recursos financeiros para melhoria da efetividade na implementação das unidades já existentes, além de estimular a ampliação da área e do número de espaços protegidos administrados pelos Municípios.
Em março deste ano, a CNM assinou o prefácio da publicação Unidades de Conservação Municipais do Cerrado, que demonstra a importância dessas unidades municipais na proteção da biodiversidade brasileira.
Ações na Semana do Meio Ambiente
O Dia Mundial do Meio Ambiente visa chamar atenção para essa temática, pois é importante buscar um desenvolvimento sustentável que inclua a proteção da biodiversidade no período pós-pandemia. Por isso, é importante uma ação coordenada entre as diversas esferas governamentais, setor privado e sociedade na busca de soluções que levem em consideração o meio ambiente para que possam minimizar e se preparar para eventuais ameaças futuras.
Aqui estão algumas dicas de ações que os Municípios podem tomar durante a semana do Meio Ambiente:
- use redes sociais para destacar a biodiversidade nativa já existente dentro do Município;
- implemente novas áreas verdes no Município;
- desenvolva atividades de educação ambiental por videochamada ou transmissão ao vivo;
- envie sementes de plantas nativas para os munícipes no Dia Mundial do Meio Ambiente para que eles possam plantar na varanda ou no jardim de suas casas para incentivar a biodiversidade.
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