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01/02/2008
Prefeitos de Mato Grosso contestam dados do desmatamento
Agência CNM
Os prefeitos das cidades de Marcelândia e Querência, ambas em Mato Grosso (MT), apontadas como o primeiro e o terceiro lugar no ranking das regiões de maior desmatamento no Brasil contestam o fato. Os prefeitos alegam que as áreas atingidas por queimadas podem ter sido confundidas com áreas desmatadas. O governo do estado também questionou os dados. Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado informou que discorda da forma como estão sendo interpretados dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O governo federal divulgou uma lista de 36 municípios identificados por meio de satélites que terão prioridade nas ações de prevenção e controle do desmatamento. Nesses municípios, foram proibidas novas autorizações de derrubadas. Das 36 cidades indicadas, 19 estão localizadas no estado do MT, número que representa cerca de 50% das cidades indicadas. Segundo o governo do MT, a metodologia utilizada não é precisa para determinar cálculo de área e "tampouco estatísticas para comparação de dados de desmatamento, podendo incorrer em erros e apresentar discrepâncias de números quando comparada com dados de metodologias semelhantes".
Na quarta-feira, 30 de janeiro, o Ministério do Meio Ambiente e o Inpe apresentaram dados que indicam uma devastação de 3.235 quilômetros quadrados na Amazônia. Os números apresentados são referentes ao período de agosto a dezembro de 2007.
O prefeito de Marcelândia (1º lugar no ranking), Adalberto Diamante, destacou que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente realiza intenso controle sobre essas regiões consideradas afetadas. E justifica dizendo que as áreas de queimadas devem ter sido confundidas com desmatadas. Ele disse ainda que fará um levantamento detalhado da situação do município, em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs), para comprovar o que considera um erro do Inpe.
O prefeito da cidade de Querência (3º lugar no ranking), Fernando Goergen, classificou de "inverdades" as publicações feitas pelo Inpe. E afirmou que tanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quanto a Secretaria Estadual do Meio Ambiente realizam rigorosa fiscalização sobre o território. Segundo ele, em 2007, ocorreram muitas queimadas de pastos, que devem ter sido confundidas com áreas de desmatamento.
O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luis Henrique Daldegan, informou que áreas que haviam sido desmatadas em anos anteriores e que estavam nos registros do Estado foram apresentadas como áreas de desmatamento atual. Segundo ele, em 113 pontos de áreas desmatadas no período de abril a setembro de 2007 em MT, por exemplo, e aferidos em campo em operação conjunta da Sema e do Ibama, no mês de novembro, 80,53% revelaram-se ser de áreas abertas antigas que não sofreram corte raso no período.
Com informações da Agência Estado