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26/09/2014
Pior estiagem dos últimos 84 anos compromete abastecimento do sistema Cantareira e Rio São Francisco
A situação dos Municípios paulistas é dramática. Com a falta de chuvas, a preocupação tanto de moradores quanto autoridades se torna ainda mais elevada. E não é à toa. A primeira cota do volume morto do sistema Cantareira deve se esgotar em pouco menos de dois meses se as chuvas não acontecerem de forma significativa até o dia 21 de novembro. O anúncio foi feito pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, nesta quinta-feira, 25 de setembro.
Atualmente, o sistema abastece cerca de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Porém, nos últimos meses a quantidade de água obtida com o uso da cota técnica, ou volume morto, parece insuficiente.
Para reduzir o consumo em curto prazo, o Governo Estadual aplica bônus na conta de água e diminui a pressão distribuída à noite. Também pretende usar outras represas como alternativa. Porém, se não chover significativamente, a previsão é que o abastecimento dure cerca de 88 dias.
O secretário de estadual de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, tentou acalmar o cenário. “Mês de setembro, outubro e novembro, não existe nenhum mês que não choveu durante 84 anos, alguma chuva vem.” Atualmente o sistema Cantareira conta com 7,2% de armazenamento e o Alto Tietê com 11,9%.
Racionamento
Dos 645 Municípios paulistas, 31 já fizeram racionamento de água por causa da crise hídrica. Todos eles são abastecidos por empresas municipais que compram água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As 364 cidades do Estado que são abastecidas pela Sabesp, não sofreram cortes oficiais apesar de relatos de interrupções sistemáticas e entrega de água com menos pressão nas torneiras.
Em Itu, localizado no interior paulista, cerca de duas mil pessoas foram às ruas no dia 25 de setembro para reclamar da falta de água. Segundo moradores, o abastecimento é constantemente interrompido.
Como estratégia, a prefeitura decretou a proibição de aprovações de novos empreendimentos imobiliários, treinamento do corpo debombeiros para combate a incêndio com menos água, e também requereu mais 90 poços artesianos (particulares e da concessionária) para abastecimento e captação de água de cerca de 50 represas particulares.
Dentre as medidas futuras, está a troca da empresa concessionária de água e esgoto. Ainda, desassoreamentos das represas Fubaleiro e Itaim, melhoria na qualidade do atendimento aos munícipes e investimentos para aumentar a vazão de água no Município, com a captação nos ribeirões Mombaça e Pau d’Alho.
Rio São Francisco
Nesta última terça-feira, 23 de setembro, foi detectado pela primeira vez a interrupção do fluxo de água na nascente do Rio São Francisco na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Segundo o diretor do Parque Nacional Serra da Canastra, Luiz Castanheira, o rio será comprometido só até o primeiro tributário normalizando o Velho Chico adiante.
A estiagem também afetou a represa de Três Marias, a primeira do São Francisco, a 50 km de Belo Horizonte, onde ainda está sendo priorizada a água para produção de energia.
Da Agência CNM, com informações do G1