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09/01/2020
Pesquisa recente aponta impacto do uso de maconha em jovens, ao longo dos anos
Tema de companhas mais frequentes, os prejuízos causados pelo uso do álcool em jovens vão desde intoxicação a hepatites e mortes. Agora, estudo canadense publicado na revista Jama Psychiatry, da Associação Médica Norte-Americana indica o impacto do uso de maconha em jovens, ao longo dos anos. Os dados apontam maior risco de depressão, ansiedade e comportamento suicida na idade adulta.
A publicação feita pela revista de psiquiatria, reconhecida internacionalmente, tem ganhado espaço no debate público e mídia nacional, neste início de ano. No entanto, o estudo foi promovido pelo Programa de Reparo do Cérebro e Neurociência Integrativa (BraIN) da Universidade McGill, no Canadá, em 2019. Forma revisados revisou 11 estudos internacionais, que envolveram 23.317 pessoas, de 18 a 35 anos.
O objetivo do trabalho cientifico foi analisar casos de depressão, ansiedade, ideação suicida e tentativa de suicídio. Os principais resultados obtidos apontam que, comparando indivíduos jovens não usuários da droga, os usuários na idade adulta apresentam risco 37% maior de desenvolver depressão; 50% mais chances de pensamentos suicidas; e risco triplicado de tentativa de suicídio.
No entanto, as informações não são tão inovadoras. Elas corroboram com os dados obtidos por outra pesquisa realizada, com estudados adolescentes, entre 12 e 18 anos, que utilizavam maconha com frequência. Entre os usuários, constatou-se maior possibilidade de lesões permanentes na inteligência, na memória, na capacidade de concentração. Além de maior propensão a sintomas psicóticos.
Histórico
O Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito em 2012, indicou que 1,5 milhão de adolescentes e adultos fumavam cannabis diariamente, sendo que 62% tiveram o primeiro contato com a substância antes dos 18 anos. Em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) e cientistas brasileiros se posicionaram contra a legalização da droga por não ter os impactos na estrutura psíquica comprovados.
Dois anos depois, a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que 236,8 mil estudantes já tinham utilizado alguma droga ilícita — seis mil a mais do que o relatório anterior, de 2012. Ao mesmo tempo, o mundo enfrenta uma epidemia de depressão e suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 2005 e 2015, houve aumento de 18,4% nos diagnósticos da doença. O suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens: no Brasil é a segunda.
Impacto
Por trabalhar a temática das drogas e os feitos no território nacional, por meio do Observatório do Crack, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) chama a atenção para o tema em debate, lembrando que todos os efeitos pessoais e sociais do uso, da legalização e/ou da descriminalização do uso de drogas serão sentidos diretamente pelo Entes mais próximo da população, o Município.
Desde o primeiro estudo sobre temática toxicodependência, lançado pela entidade em 2011, relatos de gestores e usuários chegam frequentemente ao Observatório. A partir deles, observou-se que, geralmente, o usuário não fica apenas em um tipo de droga, mas experimenta ou usa diversas substâncias – perspectiva que também aponta o impacto social que o uso de drogas causa ao poder público.
Da Agência CNM de Notícias, com informações do Correio Braziliense e da Revista Vida e Saúde