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11/07/2014
Para enfrentar estiagem, Municípios do Sudeste adotam medidas como multa e racionamento de água
No Sudeste brasileiro, 150 Municípios de Minas Gerais e São Paulo enfrentam graves problemas com a estiagem e a falta de água. Segundo informações obtidas pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), algumas prefeituras tomaram medidas drásticas, como racionamento e multa pelo uso inadequado do recurso natural.
Enquanto o Sul do país está debaixo de água, Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto estão com os reservatórios reduzidos ao mínimo. Apesar de leves chuvas terem sido registradas nesta quinta-feira, 10 de julho, não foram suficientes para alterar o nível dos reservatórios de água. Em Minas Gerais, alguns Municípios sofrem para manter o abastecimento de água para a população e já há prejuízos na economia, sobretudo na agricultura.
O racionamento de água foi adotado, como medida emergencial, por prefeituras do interior de São Paulo, com impacto em mais de 1 milhão de pessoas. Na região de Ribeirão, são mais de 20 Municípios com problemas pela falta de água, e sete divulgaram o racionamento. São eles: Casa Branca, Santa Rita do Passa Quatro, Batatais, Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Dobrada e Viradouro.
Como representante nacional dos Municípios, a CNM expressa preocupação em relação à gravidade da situação. A entidade tem conhecimento de que, em muitos Municípios, a população tem sido abastecida com água durante poucas horas por dia. Como por exemplo, em Saltinho (SP), a água chega população durante seis horas por dia, apenas.
Outra medida drástica foi adotada por Tambaú, na região de Ribeirão (SP). Os moradores que desperdiçarem água em atividades como lavar calçadas ou carros serão multados em um salário mínimo. Além disso, a população tem sofrido com o racionamento e precisam estocar água na madrugada, pois o fornecimento fica interrompido 15h/dia.
Gestão
Especialistas sugerem que a crise no Sistema Canteira em São Paulo reflete uma problema de gestão. O coordenador de Conservação de Água Doce da The Natural Conservancy, Albano Araújo, fez a afirmação, em março, durante Fórum Água, promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A The Natural Conservancy é um organização mundial de preservação ambiental. E segundo o representante, é preciso planejar para garantir a sustentabilidade de um sistema hídrico e realizar ações para evitar e minimizar situações de emergências.
Para a Confederação, os gestores e técnicos municipais devem atuar de forma planejada, com sustentabilidade ambiental e econômica para evitar situações de emergência. A entidade aconselha a organizar à gestão dos recursos hídricos com ações que vão desde a educação ambiental – para evitar o desperdício. Também devem promover ações de ampliação do sistema de abastecimento, novas fontes de captação de água, e tratamento de esgoto e despoluição de rios para futura utilização no abastecimento.