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Notícias
10/11/2015
O rompimento de barragens de dejetos continua causando destruição em Minas Gerais e no Espírito Santo
Cinco dias após o Município de Mariana (MG) ter sido afetado por um desastre decorrente dos rompimentos de barragens que lançaram dejetos de mineração da Mineradora Samarco, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) continua acompanhando a situação atual da ocorrência e divulga novas informações sobre a tragédia.
Os 600 moradores do distrito de Bento Rodrigues, região pertencente ao Município de Mariana, permanecem alojados em hotéis e abrigos disponibilizados pela prefeitura. Segundo dados oficiais desta terça-feira, 10 de novembro, disponibilizados pela Defesa Civil municipal e pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, agora são quatro óbitos oficialmente confirmados, incluindo de uma criança de cinco anos. Além destes, ainda 23 pessoas permanecem desaparecidas dos quais 12 funcionários da mineradora Samarco e 12 moradores do Distrito de Bento Rodrigues. Outra informação preocupante é que quatro crianças com menos de 10 anos estão inclusas na lista dos desaparecidos. Mais de 200 pessoas da Guarda Municipal, dos bombeiros, das polícias Civil e Militar, da Defesa Civil e funcionários da mineradora trabalham nas buscas.
O distrito foi totalmente inundado pela lama e todas as casas e comércios ficaram destruídos. A região está em colapso. Todos os serviços essenciais como o abastecimento de água e energia foram interrompidos. A destruição atingiu 200 casas, uma igreja do século de 18, uma escola de ensino fundamental e um posto de saúde, além de outras edificações públicas.
Danos ambientais
A inundação se estendeu por mais de 500 km e derrubou árvores, matou animais, contaminou o solo e arrancou a vegetação. Segundo a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, o rompimento da barragem já é considerado um dos piores desastres ambientais registrados no Estado. Alguns Munícipios próximos ao Distrito de Bento Rodrigues foram afetados pelos dejetos, como o de Município de Barra Longa, localizado a 60 Km de Mariana. A Defesa Civil informou que uma rua foi totalmente inundada pela lama, deixando 252 pessoas desabrigadas.
Agora os dejetos já estão no Rio Doce, rio que corta parte do estado de Minas Gerais. Segundo a Defesa Civil do Estado, a situação é muito grave, uma vez que o dejetos estão sendo carregados pelo Rio Doce ao longo de toda sua extensão.
Rota de destruição em Minas
Após solicitação da CNM, a Defesa Civil do Estado informou que 18 Municípios mineiros estão na rota da enxurrada de dejetos. São eles Mariana (MG), Cachoeira do Brumado (MG), Acaiaca (MG), Barra Longa (MG), Rio Doce (MG), Sem Peixe (MG), Santa Cruz do Escalvado (MG), Cachoeira dos Óculos (MG), Coronel Fabriciano (MG), Ipatinga (MG), Belo Oriente (MG), Naque Velho (MG), Governador Valadares (MG), Tumiritinga (MG), Barra do Cuieté (MG), Conselheiro Pena (MG), Itueta (MG) e Aimorés (MG).
Ao longo do Rio Doce, a enxurrada de detrito já afetou os Municípios de Baixo Guandu, Linhares e Colatina. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Baixo Guandu, o rio que corta o Município já subiu 40 cm e água já apresentando uma coloração escura.
Impactos devastadores
O Rio Doce foi contaminado pelos dejetos e as autoridades estaduais e locais, orientam a população a não consumir mais a água do rio. A contaminação junto à estiagem de 2015 agrava o problema de abastecimento de água em várias cidades e afetará milhares de pessoas.
A CNM alerta que em decorrência dessa catástrofe, a enxurrada de lama está se estendendo para o estado do Espírito Santo, onde alguns Municípios já relataram problemas decorrentes da ruptura das barragens e os impactos ambientas e socioeconômicos devastadores. Pode haver contaminação dos rios; mortandade de peixes e de outros animais; inundações e; contaminação do solo, fauna e flora. Já os impactos socioeconômicos são: possibilidade do surgimento de epidemias; comprometimento da atividade de pesca; comprometimento do abastecimento de água; e possibilidade de alagamentos e danos em casas e edificações ribeirinhas ao Rio Doce.