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01/08/2014
Poluição sonora: Municípios implantam o Disque Silêncio para atendimento de denúncias
Os moradores que se sentem incomodados com excesso de barulho podem recorrer ao poder público por meio do Disque Silêncio, um serviço de atendimento de denúncias de poluição sonora. O exemplo mencionado acima é uma realidade em diversos Municípios brasileiros, e a medida objetiva promover melhor qualidade de vida a população, uma vez que ruídos constantes – acima de 55 decibéis durante o dia e 40 decibéis durante a noite – são nocivos, conforme alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A legislação trata a prática de perturbação do sossego alheio como contravenção penal, e estabelece penalidades, como prisão e multas. Para coibir o barulho e o excesso de ruídos, o Disque Silêncio já foi implantado em Cuiabá, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis; Belo Horizonte, Governador Valadares (MG); Vitória, Vila Velha e Guarapari (ES); Belém; Fortaleza e João Pessoa. Entre diversos outros Municípios.
Em média, de 30% a 35% das perdas de audição são consequência da exposição a esses ruídos comuns no dia-a-dia. O diagnóstico é da Sociedade Brasileira de Otologia (SOB) – área que trata dos problemas do aparelho auditivo. Segundo a Sociedade, a ideia de que se acostuma com o barulho é um mito. Mesmo quando se acredita que ele não incomoda, biologicamente continua a fazer mal.
Buzinas; obras; trânsito, carros de som; ronco de caminhões; gritos; algazarra nos prédios e nos condomínios, escolas; festas; boates e outras incontáveis formas de ruído fazem com que o silêncio seja praticamente desconhecido, principalmente nas capitais e nos grandes e médios Municípios.
Efeitos
O barulho faz mal. Entre outros problemas, pode provocar estresse, dor de cabeça e, principalmente, problemas de audição. Atuais pesquisas, indicam que 10% da população mundial têm algum grau de perda auditiva e que grande parte das pessoas danificou sua audição por exposição excessiva a sons que poderiam ter sido evitados.
Em Cuiabá, por exemplo, registros do setor de Poluição Sonora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente apontam que o barulho em residências é o que mais incomoda. Somente em janeiro deste ano, foram recebidas 130 denúncias desse tipo, sendo que, no total, o Disque-Silêncio registrou em janeiro 371 reclamações, em média 12 por dia.
Sinais
Segundo explicações da fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Marcella Vidal, se constata que a perda auditiva está começando a surgir mais cedo entre moradores de grandes cidades. “O excesso de ruído piora a cada dia e sabemos que o barulho intenso e prolongado pode causar perda de audição ao longo dos anos", explica a especialista. Ela também sinaliza que por ocorrer de forma gradual, muitas vezes não se percebe a perda auditiva. “Por isso é preciso estar atento a sinais que podem indicar o início do problema, como o zumbido nos ouvidos", comenta Marcella.
A especialista também explica que a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (Painpse) pode acontecer após um som de breve duração, porém muito intenso (explosão) ou devido à exposição frequente a ruídos ao longo da vida. Quanto mais barulho a pessoa estiver envolvida no cotidiano, maiores as chances dela ter perda auditiva mais cedo. O ideal para proteger a audição é utilizar os atenuadores, com são chamados os protetores de ouvidos.
Da Agência CNM, com informações da Segs