Municípios do Paraná e de Santa Catarina sofrem com os efeitos da chuva, são milhares de pessoas desabrigadas e desalojadas

Milhares de pessoas desalojadas e desabrigas, além de nove mortes. Esses são alguns dos registros de diversos Municípios do Paraná e de Santa Catarina nos últimos cinco dias. Boletins da Defesa Civil dos Estados indicam que alagamentos, deslizamentos de terras, enxurradas e inundações causaram algum tipo de impacto em 71 Municípios paranaenses, desde quinta-feira passada, 5 de junho, e em 27 Municípios catarinenses, nos dias 7 e 8. 

No Paraná, são 48.208 pessoas atingidas, foram registradas nove mortes, mais de 2 mil pessoas estão desabrigadas e 3,6 mil desalojadas. Em Santa Catarina, a prefeitura de Rio Negrinho decretou Estado de Calamidade Pública, e no Estado são quase 700 desabrigados e mais de 16 mil desalojados. 

Os números ainda não estão fechados, as equipes dos Corpos de Bombeiros Militar e da Defesa Civil estadual e municipal ainda promovem ações de busca e resgates das vítimas. Até o momento, há registro mortes em Sulina, Laranjeiras do Sul, Campina do Simão, Guaraniaçu, Quedas do Iguaçu, duas em Medianeira e três em Guarapuava. Além disso, a morte de um homem em Curitiba na manhã de sábado não foi incluída nos laudos. 

Afetados
Balanços da Coordenadoria estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná contabilizam 55.659 pessoas afetadas diretamente pelas consequências da chuva. São mais 6.380 residências danificadas, e há dificuldades no fornecimento de abastecimento de água, energia elétrica, transportes e telefonia. O presidente da Associação Municípios do Paraná (AMPR), Luiz Sorvos, contou que o governador do Estado, Beto Richa, tem visitado diversas regiões. Ele deve decreta Situação de Emergência em 70 Municípios atingidos. 

O representante municipalista paranaense relatou: “a situação é bastante preocupante. As chuvas foram intensas aqui, e tem muitas regiões ilhadas”.  Informações da Polícia Rodoviária Federal são de que existem 51 pontos de interdição, e a rodovia mais atingida foi a BR-277, que liga o Porto de Paranaguá a Foz do Iguaçu, com dez pontos de interdição. No entanto, Sorvos destaca ainda que o “Rio Ivaí está fora do leito e passando por cima das pontes”. 

Urgência
“Os governos estadual e federal terão que entrar em ação imediatamente”, disse. O presidente da AMPR disse esperar que a União aloque recursos para resolver a situação. “Os órgão estaduais estão se mexendo, providenciando barracas, roupas e alimentação. A gente espera que o governo federal também se posicione imediatamente diante dessa situação”, ponderou Sorvos. 

Em Santa Catarina, esta segunda-feira, 9 de junho, começou com alerta de risco de inundações no Planalto Note, Vale do Itapocu, Alto e Médio Vale do Itajaí. Essas regiões registraram acumulados de chuva significativos nas últimas horas e o nível dos rios começam a estabilizar, descendo de forma lenta e alguns continuam subindo devido a característica de suas bacias hidrográficas. O solo está encharcado e foram registrados deslizamentos em cidades do Vale do Itajaí, Planalto Norte e no Vale do Itapocu, Litoral Norte de Santa Catarina. 

Desabrigados
De acordo com o dados, em Guaramirim  há 15 mil pessoas fora de suas casas. E em Mafra, no Norte, está o maior volume de desabrigados, cerca de 80 famílias. O número total de desabrigados no Estado está em torno de 50 pessoas. Em entrevista à Agência de Notícias da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam), Hugo Lembeck, disse que a situação é bastante complicada. “Tem uma região, ao Norte, que teve muito estrago”, disse. 

Lembeck lembrou que essa é a terceira enchente registrada. “Estamos com uma solicitação deste setembro do ano passado, em Brasília, e eles não dão a solução. Não encaminham, não dão nenhuma resposta: se vão ou não liberar o recurso. Isso é triste”, comentou o presidente da entidade, ao se referir ao acesso a verba para os Municípios atingidos.  Apesar desse histórico, o presidente da Fecam disse que a entidade está fazendo um levantamento para acompanhar de perto a situação e futuramente pressionar por recursos. “Nesse primeiro momento, o que se tem a fazer é ação humanitária”, destacou. 

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