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09/10/2019
Manchas de óleo no litoral nordestino atingem 132 praias de 61 Municípios
Manchas de óleo que apareceram no litoral nordestino desde o dia 2 de setembro atingiram 132 praias de 61 Municípios e nove Estados – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. O governo – que divulgou um mapa com as áreas afetadas – tem avaliado o impacto para tomar medidas urgentes contra a poluição e pediu ajuda do Estados Unidos.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) trabalham do local desde que as primeiras manchas foram localizadas na costa nordestina. Voluntários e outras entidade ligadas ao Meio Ambiente também atuam para fazer a limpeza na praia do Viral, no litoral sul de Aracaju.
Até o momento, a principal suspeita é de que a contaminação seja criminosa ou acidental. De acordo com anúncio do Ministério do Meio Ambiente (MMA), após sobrevoar o litoral sergipano e análises preliminares da Petrobras, se trata de petróleo cru, que não é produzido e nem comercializado no Brasil. Por meio de relatório, a Petrobras confirmou que as manchas são uma mistura de óleos da Venezuela.
O Ibama afirma que a mesma substância está poluindo a costa brasileira e o número de áreas afetadas subiu para 138 nesta terça-feira. Já foram recolhidas cerca de cem toneladas do material desde o início da operação. As ações de monitoramento e limpeza das praias estão sendo coordenadas pelo Ibama, em conjunto com o ICMBio, órgãos estaduais, Municípios e Marinha e apoio da Petrobras.
Situação
Todo o trecho entre Maranhão e Sergipe já foi mapeado. O governo sergipano decretou emergência e recomendou a população a não utilizar as 12 praias atingidas. O óleo também chegou à Bahia, nas praias do Forte, Baixio e Porto de Sauípe. Em Alagoas, 15 praias foram afetadas, e a situação é grave em Coruripe e Piaçabuçu. No Rio Grande do Norte, o impacto a vida marinha é drástico.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) sinaliza que desastres como este impactam diretamente na econômica dos Municípios, além dos prejuízos ambientais e sociais, uma vez que reduzem instantaneamente a atividade turística. Diante disso, caso as localidades afetadas não tenham condições técnicas e financeiras para ações de resposta, a área de Defesa Civil da CNM aconselha a promoção de decreto de Situação de Emergência (SE).
Classificação
O técnico da Confederação Johnny Liberato explica, com base na Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade) criada pelo Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), que o desastre se enquadra na contaminação da água decorrente do derramamento de produtos perigosos. Substâncias químicas em ambientes lacustres, fluviais, marinhos e aquíferos podem causar alterações nas qualidades físicas, químicas e biológicas no ecossistema afetado.
Liberato informa também que as informações sobre a tipologia deste e de outros desastres e quais são os critérios de decretações de anormalidade podem ser conferidos no site do Ministério da Integração Nacional (MI). Se os gestores tiverem outras dúvidas, eles podem entrar em contato com a área técnica de Defesa Civil da CNM pelo telefone (61) 2101-6659 ou pelo e-mail defesacivil@cnm.org.br.
Da Agência CNM de Notícias, com informações do MMA e do G1
Fotos: Adema/Gov. Sergipe