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04/07/2014
Mais de 15 mil pessoas foram afetadas diretamente por temporais no Rio Grande do Sul
Novo temporal atingiu o Rio Grande do Sul na madrugada desta sexta-feira, 4 de julho, e provocou mais estragos e prejuízos. Mais de 15,6 mil pessoas foram afetadas diretamente. Boletim da Defesa Civil Estadual indica que as fortes chuvas atingiram 115 Municípios, causaram as cheias dos rios e diversas inundações. Até a manhã desta sexta, 67 prefeituras haviam decretado Situação de Emergência (SE), até o momento há 14.046 pessoas desalojadas, 1.624 desabrigadas e duas mortes confirmadas.
Temporais ocorrem no Sul do país desde a semana passada. Durante esta quinta-feira, 3 de julho, e na madrugada desta sexta, o fenômeno deixou mais um rastro de destruição. De acordo com a Defesa Civil, 14 rodovias federais e estaduais estão bloqueadas devido às enxurradas. A BR-153 foi a mais afetada, e está com rachaduras na pista nas proximidades do Município de Marcelino Ramos – totalmente interrompida. Não há previsão de abertura.
Diante da situação adversa que assola o Estado, o governador decretou Situação de Emergência coletiva em todos os Municípios afetados pelas inundações. Além das duas mortes confirmadas, uma pessoa ainda está desaparecida, em Arroio do Tigre – localizado no Norte do Estado. O automóvel de um casal que estava em viagem foi encontrado submerso no Rio Caixão, próximo a um pontilhão encoberto pela água. O corpo do homem foi encontrado, mas o da mulher ainda está desaparecido. As equipes da defesa civil e do Corpo de Bombeiros ainda fazem buscas na região.
No Norte gaúcho, Em Jacutinga, o corpo de um agricultor também foi encontrado nesta quarta-feira, 2 de julho. Ele desapareceu quando tentava atravessar uma ponte, sexta-feira passada dia, 27 de junho.
Ações emergenciais
Conforme o relatório, ainda na quinta, o coordenador estadual da Defesa Civil se reuniu com o Ministério da Integração Nacional, e solicitou apoio federal para ações emergenciais de socorro e assistência às vítimas. O Ministério colocou a Secretária Nacional de Proteção e Defesa Civil à disposição do governo do Estado. A assessoria da pasta informou que a oficialização do decreto coletivo pode também passar a outros ministérios para angariar toda a ajuda possível aos Municípios.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) entrou em contato com os Municípios de Itaqui e Ibarama para saber como está a situação e os danos e prejuízos causados pelo temporal. Pelas informações dos gestores, o número de pessoas atingidas por enchentes e enxurradas aumentou. Além das regiões Norte e Noroeste, a Fronteira Oeste também sofre com os efeitos do excesso de chuva.
Fronteira
Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Rio Grande do Sul (Cedec-RS), o Município de Itaqui, foi um dos mais prejudicados pelas cheias provocadas pelo temporal de ontem, já são 10 mil pessoas foram desabrigadas. O Município está localizado na fronteira, no Oeste do Estado. E por causa do temporal, a comunicação na região foi afetada, os serviços de telefonia estão interrompidos e não há previsão de voltar, todos os telefones da prefeitura estão inutilizados.
O prefeito, Gil Marques Filho, contou que a situação está caótica, na zona urbana, ruas inteiras estão debaixo d'água, muitas casas foram danificadas, parte da cidade está sem energia. As estradas que dão acesso a zona rural estão danificadas, e parcialmente interditadas. O processo de escoamento de produtos foi comprometido.
Recurso federal
Ainda segundo ele, 10 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, alagadas pelas cheias. O prefeito informou que equipes da defesa civil municipal e estadual, em conjunto com o Corpo de Bombeiros e do Exército, estão prestando socorro às vítimas. Ele informou que o apoio do governo estadual foi satisfatório, além de disponibilizar equipes de busca e salvamento têm auxiliado também no levantamento da documentação necessária para solicitar envio de recurso federal ao Município.
Já em Ibarama, no Vale do Rio Pardo, a prefeita, Lenise Marianem, disse que vai decretar SE ainda na manhã desta sexta, por causa dos prejuízos causados pelo vendaval e pelo granizo que atingiram a cidade, que tem mais de 4 mil habitantes. No momento em que a CNM realizava contato, a gestora estava auxiliando uma vítima ferida. Segundo ela, estima-se que 80% das casas tenham sido danificadas pelo temporal. Muitas casas estão alagadas, em decorrência do destelhamento parcial e total. A prefeita afirma que a zona urbana está sem energia elétrica e água. O momento agora é de socorro às vítimas do evento adverso.
Devastação
Segundo o relato da prefeita uma ponte está destruída, uma igreja foi parcialmente danificada, e um posto de saúde foi atingido. Ela resume cenário: "a visão nesta manhã é de devastação, já que mais de 50 potes de luz caíram sobre as ruas, além de muitas árvores". Lenise informou que ainda não chegou ajuda, e as ações emergências de socorro às vítimas e desobstrução das ruas alagadas estão por conta da prefeitura, que ainda contabiliza os danos e prejuízos causados pelo desastre.
Mais informações no http://www.defesacivil.rs.gov.br/