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23/11/2015
Lama tóxica chega à costa marítima do ES e diversas espécies, até terrestres, serão prejudicadas
A lama decorrente da barragem que se rompeu em Mariana (MG) no dia 5 deste mês chegou este final de semana ao mar, na costa do Espírito Santo, mais especificamente em Linhares. Levada pelo Rio Doce, considerado morto por ambientalistas, a lama formou uma imensa mancha marrom, que deve passar dos nove quilometros, como previsto pelo Ministério do Meio Ambiente.
Samarco, a empresa responsável pela barragem, colocou boias de contenção em toda costa para evitar que a lama chegasse ao mar, contudo, não adiantou muito. Contaminada com reísudos de minério, a lama se misturou à àgua e adentrou à área de proteção costeira, a Reserva Biológica de Comboios.
Na área marítima afetada, desovam espécies de tartarugas-marinhas, inclusive algumas ameaçadas de extinção. Antes da lama chegar, o projeto Tamar retirou os ovos da praia de Regência - uma média de 40 ninhos dessas tartarugas por noite. A equipe vai monitorar a reação desses animais.
Rio Doce
Antes do mar, o Rio Doce foi totalmente prejudicado pelo acidente. Independente dos resíduos minerais ou não, a lama tem matado os peixes asfixiados, por entupir as brânquias. Além disso, ela deve extinguir o plâncton e outros pequenos organismos que formam a base da cadeia alimentar, de acordo com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (Cepta). Isso terá um efeito cascata sobre todo o ecossistema, impactará desde os herbívoros aquáticos até o carnívoros terrestres.
Para piorar, o acidente ocorreu na época de desova dos peixes. Assim, outros animais, como garças e lontras também não terão alimento suficiente.
Assista na TV CNM:
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