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25/01/2013
Intensa pesquisa deve apontar detalhes sobre as florestas brasileiras
O governo fará um “censo” das florestas brasileiras. Apesar de sermos conhecidos como um país rico em florestas – porque 60% de nosso território é coberto de vegetação nativa -, ainda não temos um estudo a respeito da qualidade dos solos, as espécies existentes em cada área e o potencial de captura e emissão de gás carbônico pelas florestas.
Para obter essas respostas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiará uma pesquisa do Ministério do Meio Ambiente, no valor de R$ 65 milhões. Esse estudo, intitulado como Inventário Florestal Nacional (IFN), começou a ser construído em 2010 e consiste na coleta de informações e depois na análise do material retirado das florestas brasileiras.
Ainda este ano, o “censo” florestal deve começar na Amazônia. Técnicos e especialistas vão mapear as florestas da região em detalhes. Porém, o IFN buscará informações também as sobre florestas situadas em outros biomas, como o Cerrado e a Caatinga. Inclusive, desde que o projeto foi aprovado, o governo mapeou como experimento florestas em Santa Catarina e no Distrito Federal.
Importância da pesquisa
Atualmente, especialistas se baseiam apenas em dados sobre as florestas e nas imagens da cobertura vegetal, por satélites, por exemplo. O que justifica a importância da pesquisa. No país, apenas um levantamento desta natureza foi feito em 1980 e com dados dos anos 1970, e não obteve informações a nível nacional.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, com o Inventário em mãos, será possível conhecer a qualidade das florestas brasileiras; pode ocorrer a descoberta de espécies; conhecimento sobre espécies em extinção; além das informações sobre a distribuição desses territórios e do potencial de uso econômico das florestas.
Como será feito
De acordo com a divulgação do Ministério, serão mapeados quase 22 mil pontos em todo o território nacional, 7 mil deles só na Amazônia. Na região do Arco do Desmatamento - formado por Rondônia, centro e norte do Mato Grosso e leste do Pará - será iniciado o levantamento da região em busca de informações a cerca de 3 mil pontos amostrais, distantes 20 quilômetros um do outro.
A população que vive perto das florestas também deve participar. As pessoas vão responder a quatro questionários diferentes para mostrar como vivem nestas regiões.
A divulgação dos resultados está prevista para ocorre apenas em 2016, mas dados parciais serão colocados à disposição ao longo da pesquisa. A intenção do governo é atualizar o Inventário Florestal Nacional a cada cinco anos.
Enquanto isso...
Enquanto o governo busca descobrir detalhes das florestas, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) informou que a destruição da floresta Amazônica aumentou em dezembro de 2012 e pelo quarto mês consecutivo. O Imazon faz o monitoramento da região por meio de imagens de satélite e verificou o desmatamento de 1.288 quilômetros quadrados de matas. Esse número é superior ao dobro da área devastada no mesmo período de 2011.