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16/09/2020
Incêndios causam estragos em mais de 90 Municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; CNM orienta gestores
Fauna e flora de mais de 90 Municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul têm sido afetadas desde julho por incêndios em grandes proporções. O descontrole das queimadas já causou destruição em 1,7 milhão de hectares, principalmente na região do pantanal, considerado um dos principais biomas brasileiros. A situação preocupante levou entes estaduais e municipais a decretarem situação de emergência. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca orientações que podem ser seguidas pelos gestores e trabalhadas com a população.
As queimadas causaram a morte de vários animais e de árvores além de destruir a proteção de olhos d’água e nascentes. No pantanal mato-grossense, os focos de incêndio impactaram em cerca de 1.200 espécies de animais, sendo algumas símbolos do bioma, como onças-pintadas, jacarés e pássaros. Além da redução da biodiversidade, o fogo descontrolado influencia diretamente na redução da fertilidade do solo.
Isso pode comprometer a recuperação da área devastada e contribuir com aquecimento do aquecimento global ao liberar dióxido de carbono. Erosões, aumento do buraco na camada de ozônio; perda da absorção do solo aumentando índices de inundações; poluição pelas cinzas de nascentes, águas subterrâneas e de rios, destruição de infraestruturas e extinção de espécies são outros reflexos.
Regiões mais afetadas
Os meses de junho a setembro são os recordistas de queimadas e focos de incêndio no Brasil. Fatores como a estiagem prolongada, a baixa umidade e o calor contribuem para esse aumento. Os Estados do Centro- Oeste são mais propensos às queimadas em decorrência das épocas sazonais caracterizadas como estiagem em Municípios da região que ficam meses sem chover. Outro ponto do país vulnerável é a região Norte onde as queimadas sem controle aumentam os riscos de incêndios florestais em razão da agricultura de subsistência e de pastos.
De acordo com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Mato Grosso do Sul (CEPDEC/MS), os incêndios já consumiram uma área que corresponde aos Municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo. O levantamento feito com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que em decorrência da falta de chuvas, associada ao clima seco, à baixa umidade do ar, ao calor, à vegetação seca e aos ventos fortes surgiram nos últimos dias 1.344 focos de calor em todo o Estado. Os Municípios de Corumbá, Alcinópolis e Pedro Gomes foram os mais afetados.
Situação de emergência
Na segunda-feira, 14 de setembro, o governo do Estado de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em toda sua extensão e solicitou o reconhecimento pelo governo federal. O decreto foi reconhecido em rito sumário pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Já em Mato Grosso, de julho até ontem, 86 Municípios decretaram situação de emergência em decorrência dos incêndios florestais, sendo que apenas três tiveram a solicitação reconhecida. Os decretos dos outros 83 seguem em análise pela Sedec/MDR.
Causas
A CNM explica que os focos de incêndios podem ocorrer por meio de fatores da natureza, como os raios solares. A depender do calor, a concentração de raios em pedaços de vidros despejados pela imprudência do ser humano pode ser um gatilho que desencadeia o incêndio. Outra preocupação que deve ser considerada são as queimadas em pasto e agricultura de subsistência, que sem o devido controle e orientações podem contribuir para o aumento de incêndios em matas com maiores proporções.
Atear fogo sem necessidade em uma propriedade vizinha, as fagulhas das locomotivas, os fornos de carvões e lenha são outros fatores causadores dos incêndios florestais.
Orientações da CNM
A fim de orientar nossos gestores locais, a Confederação elaborou informações de boas práticas que podem ser seguidas pelos gestores e trabalhadas com as comunidades. São elas:
• promover em sua cidade anúncios aos fumantes no sentido de evitar que joguem pontas de cigarros pela janela do veículo, uma vez que a baixa umidade desse período e a vegetação seca podem pegar fogo com muita facilidade;
• orientar os proprietários rurais e a população em geral para ficarem atentos ao crescimento de vegetação (mato) próximo às residências e rodovias como forma de evitar o alastramento do fogo;
• não jogar lixo, latas de metal, cacos e garrafas de vidro na mata. Eles podem se aquecer ao sol e acabar dando origem às queimadas;
•limpeza de terrenos deve ocorrer sem uso do fogo;
• não acumular lixos na vegetação seca para que não sejam objetos de incêndios e proibir brincadeiras de atear fogo nesses locais;
• orientar a população para não fazer fogueiras de nenhuma espécie;
• solicitar às pessoas para não soltarem balões. Além de perigoso, esse ato configura crime, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605/1998). O balão pode cair aceso em florestas, residências e indústrias, produzindo grandes prejuízos patrimoniais, ameaça ao meio ambiente e até mesmo colocar em risco a integridade física e a vida das pessoas. O artigo 41 desta legislação prevê pena de reclusão de 2 a 4 anos e multa;
• Em caso de incêndios, o telefone de emergência dos Corpos de Bombeiros é o 193.
A CNM ressalta que são vários os fatores que podem culminar em incêndio florestal. Entretanto, essas medidas preventivas e a conscientização da população podem evitar que algo aconteça. A entidade continua acompanhando a situação dos Municípios afetados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Foto: EBC
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