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11/09/2015

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Governo divulga, mas não formaliza operacionalização da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida

Ministério das CidadesA terceira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida foi lançada, oficialmente pelo governo federal, nesta quinta-feira, 10 de setembro. No entanto, o governo não lançou o programa com o total de recursos e volume de unidades previstas para contratação e, também não informou a nova data de operacionalização da terceira fase do Programa.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM), explica que o governo federal, realizou reuniões paralelas com segmentos do movimento social e de moradia e com setores da construção civil sem divulgar os detalhes e teor dos temas e assuntos debatidos. A entidade lamenta que até o momento, o Poder Público Municipal foi excluído das agendas de reuniões do governo federal.

Em linhas gerais, o governo informou algumas novidades em relação a terceira fase do programa sem detalhar sua operacionalização, o que dificulta o planejamento dos gestores públicos.

Dentre as novidades ressaltadas e divulgadas nesta quinta-feira estão:

● Nova faixa de renda

O Minha Casa Minha Vida terá uma nova faixa de renda denominada 1,5 com renda limite de até R$ 2.350. As famílias enquadradas nessa faixa de renda terão um subsídio de até R$ 45 mil a depender do porte populacional do Município.

Os empreendimentos nessa nova faixa de renda serão contratados pela iniciativa privada, mas as regras e definição dos beneficiários ainda não foram divulgadas pelo governo federal. Na prática, as contratações ainda não podem ser realizadas.

● Aumento de juros para as faixas 2 e 3

Agência CNMOs juros para as faixas de renda 2 e 3 do programa foram reajustados. Os imóveis ficaram com preços mais elevados. Os juros terão uma variação de 6% a 8%. Na prática, as famílias com renda limite de até R$ 2.700 estão enquadradas na faixa de juros de 6% anual.  Já as famílias com renda de até R$ 3.600, pagarão 7% de juros.

É na Faixa 3, onde os juros são mais elevados, chegando a 8% ano, ou seja, para as famílias com faixa de renda de até R$ 6.500.

Vale destacar, que o financiamento para as faixas de renda 2 e 3, a partir de agora poderá ser realizado pelas modalidades pelas modalidades Sistema de Amortização Crescente (SAC) ou Tabela Price, em até 360 meses.

No entanto, a CNM alerta que o governo federal não divulgou a tabela de atualização do preço dos imóveis por região e porte populacional, bem como, a meta de contratação em cada Unidade Federativa.

● Novos valores para a faixa 1

O enquadramento de renda das famílias enquadradas na faixa de renda 1 passará de R$ 1.600,00 para R$ 1.800,00. Essa elevação na renda possibilitará um maior atendimento das famílias de baixa renda, em especial, as famílias que residem em Municípios inclusos em regiões metropolitanas. A CNM destaca que é na faixa de renda 1 que estão alocados os maiores subsídios governamentais, podendo chegar até 95%. As famílias poderão pagar as parcelas do imóvel em até 10 anos.

Para as famílias com renda de até R$ 1.200 a parcela não poderá ultrapassar 10% da renda familiar. Já para as famílias com renda até R$ 1.600 a parcela não poderá ultrapassar 15% da renda e as famílias com renda superior a R$ 1.600 o enquadramento da parcela não poderá ser superior a 20% da renda familiar.

No entanto, o governo federal não divulgou o volume de recursos e quantidade de unidades habitacionais a serem contratadas pela Faixa de Renda 1.

● Novas especificações

Considerando que os imóveis do Programa devem estar adequados à Norma de Desempenho da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foram inseridos novas especificações para os imóveis contratados para o atendimento da Faixa 1.

Dentre eles, a CNM destaca: exigência no uso esquadrias com sombreamento, ampliação na espessura das paredes, lajes e aumento de 2m² na planta das unidades habitacionais.

● Melhorias visando a sustentabilidade

AL/SPTambém foram incluídos o uso de itens técnicos para aperfeiçoar a sustentabilidade das unidades, por exemplo: utilização de aerador de torneira, válvula de descarga com duplo acionamento, sensor de presença nas áreas comuns, bomba de água com certificação e sistemas alternativos ao de aquecimento solar.

Vale destacar que o sistema de aquecimento solar não obrigatório para as regiões Norte e Nordeste. No entanto, o uso dos sistemas alternativos visam   a redução do consumo de energia.

Outra novidade é a quantidade mínima de árvores nos espaços coletivos e nas vias do empreendimento. Essa novidade visa o atendimento da NBR 9050.

● Melhorias na qualidade urbanística

Na terceira etapa do Programa, todos os empreendimentos da Faixa 1 deverão atender as regras dos respectivos código de obras municipais visando a melhoria da qualidade urbanística e inserção urbana dos empreendimentos. Dentre as novas exigências a serem atendidas está o estímulo a parcelamentos com vias públicas, largura mínima de ruas e ampliação dos passeios públicos.

Outra novidade da terceira fase é a redução do volume máximo de unidades habitacionais a serem contratadas por empreendimento. No entanto, o governo federal não divulgou qual é o limite máximo de unidades a serem contratadas por empreendimento.

A CNM, explica que a redução de unidades por empreendimento visa uma maior inserção dos empreendimentos da malha urbana consolidada além da facilitar a gestão na fase do pós morar.

● Área rural

O governo divulgou novos valores para os empreendimentos do Programa nas áreas rurais. Porém, divulgou apenas os novos valores para o Grupo 1, cuja renda passou de R$ 15.000 para R$ 17.000 ano.

● Atendimento aos pequenos Municípios

O governo não explicitou em seu comunicado oficial no dia 10 de setembro as novas orientações e valores para a operacionalização do Programa em pequenos municípios. A CNM, esclarece que desde de 2012, mais de 4 mil municípios não contratam obras do programa pela modalidade Oferta Pública de Recursos.

ItiquPreocupação

A entidade considera positiva o aperfeiçoamento do programa em relação a sustentabilidade e qualidade urbanística, bem como, a redução de empreendimentos com um número excessivo de unidades habitacionais.

Também, entende a necessidade no ajuste nos valores das faixas de renda para melhor permitir o acesso das famílias aos financiamento habitacional. Embora, diante da crise econômica a elevação de juros nas faixas de renda 2 e 3 poderá provocar dificuldades na ampliação de contratação de serviços na construção civil e com isso reduzir o desenvolvimento local.

No entanto, para a entidade a indefinição de valores aportados em cada modalidade e a indefinição das metas de contratação, bem como, a falta de clareza da regulamentação do programa se medida provisória ou decreto traz grande insegurança aos gestores públicos.

Uma vez que o governo federal se omitiu em não esclarecer o planejamento estratégico que viabilize a contratação de 3 milhões de unidades habitacionais até o ano de 2018.

Outro ponto de omissão do governo federal é esclarecer para todos os gestores públicos sejam estaduais ou municipais, as regras, os valores, os aperfeiçoamentos de todas as modalidades do programa.


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