Notícias
15/10/2015
Fortes temporais já afetam pelo menos 95 Municípios da Região Sul
Desde a última semana, as intensas chuvas não dão trégua nos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Na madrugada do último dia 14 de outubro, um novo temporal atingiu a cidade de Porto Alegre (RS). Um relatório emitido pela Defesa Civil estadual revela que pelo menos 60 Municípios gaúchos foram afetados.
A chuva forte já havia sido alertada pelos órgãos de monitoramento locais devido a uma frente fria que se instalou na região. E ela não veio sozinha. Rajadas de vento e muito granizo compuseram o cenário da noite da última quarta-feira.
Mais de 40 árvores tombaram sobre carros e grades de prédios. A região central e a metropolitana de Porto Alegre foram as mais afetadas. O temporal alagou dezenas de bairros e, segundo as últimas informações, cerca de 600 mil pessoas estão sem energia elétrica até a tarde desta quinta-feira, 15 de outubro. Não há previsão de retorno da luz.
Segundo boletim divulgado pela Defesa Civil, cerca de 10 mil pessoas tiveram de deixar suas casas e mais de 50 mil foram afetadas. Até o momento, mais de 3,5 mil pessoas estão desabrigadas. Esse grupo foi alocado em abrigos públicos disponibilizados pela prefeitura de Porto Alegre.
Situação de emergência
Na última terça-feira, 13 de outubro, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, assinou um decreto coletivo de Situação de Emergência para 26 cidades. Fazem parte da lista: Alvorada, Alegrete, Agudo, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Cambará do Sul, Campestre da Serra, Candiota, Dona Francisca, Eldorado do Sul, Itaara, Jóia, Júlio de Castilhos, Manoel Viana, Mata, Miraguaí, Montenegro, Nova Esperança do Sul, Nova Palma, Rosário do Sul, Santa Maria, Santiago, São Jerônimo, São Sebastião do Caí, São Gabriel e Silveira Martins.
O documento será encaminhado ao Ministério da Integração Nacional, que já sinalizou que reconhecerá a situação dos Municípios e fornecerá o devido apoio financeiro.
Santa Catarina
O cenário em Santa Catarina também é grave. Os temporais dessa semana afetaram 7.473 pessoas afetadas, 622 desalojadas e 316 desabrigadas. Com as fortes precipitações, 1.568 residências ficaram danificadas e seis instalações públicas foram danificadas. Os dados são da Defesa Civil do Estado.
Ao todo, o evento climático causou danos em 38 Municípios. Dentre eles, Lebon Régis. Em função disso, a cidade decretou Situação de Emergência. Mais de 5,5 mil pessoas foram afetadas pela chuva forte.
Previsão de mais chuvas
Seja no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é uniforme. O volume de chuva vai continuar alto nos próximos dias. No Rio Grande do Sul, o fenômeno deve ser mais marcante nas regiões sudoeste, sudeste, noroeste e metropolitana de Porto Alegre.
Já em Santa Catarina, a formação de uma frente fria promete trazer mais água para as seguintes localidades: Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Planalto Norte e Litoral Norte. A temperatura estará elevada, o que aumenta consideravelmente o risco de temporais localizados, ventania e queda de granizo no Estado.
Boas práticas
A Confederação Nacional de Município (CNM) lamenta que os transtornos gerados pelos temporais continuem na Região Sul do País. A entidade entende que ainda há muito a ser feito para se amenizar os efeitos de um desastre natural, principalmente aqueles decorrentes da chuva.
Para auxiliar os gestores municipais da região, a CNM destacou ações simples, que podem prevenir danos nos períodos chuvosos eminimizar os prejuízos causados. Confira:
- promova a limpeza urbana, levando os resíduos para áreas apropriadas;
- oriente sua comunidade a manter a cidade limpa com detritos longe das ruas, encostas e rios;
- divulgue a importância da limpeza de calhas, telhados e goteiras. Além do risco de desabamento, a dengue será evitada;
- alerte que pisos e paredes com trincas indicam perigo de desabamento e deslizamento;
- realize o desassoreamento e limpeza de córregos e rios;
- mapeie os bairros e locais com maior probabilidade de alagamentos ou deslizamentos e oriente a população sobre como agir nessas situações. Exemplo: erguer móveis e eletrodomésticos, deixando-os fora do alcance da água e da lama;
- prepare áreas seguras no Município, com estrutura suficiente para receber possíveis desabrigados ou desalojados;
- promova campanha de inscrição de voluntários que atuam diversas áreas como (atendimento pré-hospitalar, segurança, educação, entre outros) e mantenha essa relação atualizada com contatos para que no caso de uma ocorrência possam ser convidados a participar das ações de resposta;
A Confederação reforça ainda que essas orientações podem ser divulgadas pela rádio local, pela televisão e mesmo nas escolas. Panfletos informativos e carros de som são outras ferramentas de apoio. O Município pode buscar parcerias com a inicativa privada e organizações não-governamentais como forma de somar esforços.
Veja aqui o último boletim da Defesa Civil de Santa Catarina
Agência CNM, com informações da Defesa Civil de SC e RS