Festa do Bumba meu Boi reúne traços da cultura brasileira

Na última terça-feira, 30 de junho, foi comemorado o Dia do Bumba meu Boi. Essa manifestação folclórica é conhecida por diferentes nomes em cada Estado: Boi Bumbá no Amazonas, Boi de Reis no Espírito Santo e Boizinho no Rio Grande do Sul. São mais de 10 variações para o mesmo personagem do espetáculo que reúne dança, música e teatro em festas de Norte a Sul do País.

Independente do nome, o significado da festa é o mesmo em todos os Estados. A data, que faz uma homenagem ao boi, resgata as raízes do Brasil colonial onde as fazendas de gado eram a fonte de sobrevivência de muitas famílias.

Conta a lenda de que a escrava Catirina durante sua gravidez teve o desejo de comer língua de boi. Então, seu marido Chico matou um animal da fazenda para satisfazer sua vontade. Ao descobrir o gado morto, o dono da fazenda recorre a diversos doutores e curandeiros para conseguir salvá-lo. Ele também manda descobrir quem é o responsável pelo crime e Chico é preso. No final da história o boi ressuscita e todos festejam o milagre.

Cultura disseminada

A encenação desse enredo está disseminada pelo País e o número de participantes de cada grupo é variável. Apenas no Maranhão, existem cerca de 450 grupos de Bumba meu Boi em 70 dos 217 Municípios maranhenses. Os dados são do Iphan e foram levantados entre 2010 e 2011.

Reconhecimento

A importância da manifestação cultural levou o governo federal a instituir, por meio da lei 12.103/2009, o Dia Nacional do Bumba Meu Boi, comemorado em 30 de junho. Cerca de dois anos depois, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura, deu o título de "Patrimônio Cultural do Brasil" às atividades promovidas pelo Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.

Com o recebimento do título, cuja validade é de 10 anos, o Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan sugeriu algumas medidas de salvaguarda: incentivo à documentação, conhecimento e divulgação; fortalecimento e apoio à sustentabilidade dos grupos; e valorização das expressões tradicionais do Bumba meu Boi.

Agência CNM, com informações do Ministério da Cultura