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02/10/2009

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Diretor do Inmet fala sobre mudanças climáticas

CNM

Terremotos na Ásia, tsunami na Oceania e tempestade tropical no Pacífico são notícias dos jornais de todo o mundo nos últimos dias. No Brasil, diversos Municípios têm sentido os impactos de fenômenos como chuva de granizo, enchentes, seca, baixa unidade do ar e aumento da temperatura e do calor. Diante deste quadro, o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Antônio Divino Moura, fala sobre as mudanças climáticas e a postura que deve ser tomada nos Municípiosem, em relação aos desastres ocorridos no Mundo e no Brasil.

Em entrevista à Confederação Nacional de Municípios (CNM), Moura afirma que a meteorologia, hoje, está muita mais preparada que no passado. “O monitoramento dos fenômenos, a previsão e a tomada de decisões pode diminuir os impactos econômicos, sociais e, principalmente, de prevenção a vida humana”, destaca.

Para ele, fazer um levantamento das áreas de risco ocupadas pela população para então desenvolver um estudo e uma simulação é fundamental. E destaca: “fazendo simulados, a partir das situações que ocorreram ano passado, a Defesa Civil no Município fica muito mais preparada para atuar”.

Mudança climática
Alguns fatores têm interferido diretamente na mudança climática como, por exemplo, a alta emissão de gases de efeito estufa na atmosfera – gás carbônico, de metano e outros. “É como se colocasse um cobertor a mais na atmosfera e, obviamente, retendo mais calor na superfície. Isso trás um certo impacto na mudança de vento e distribuição de chuvas”, esclarece.

Moura também explica que os impactos da chuva – como deslizamentos de terras – dependem do local onde ocorrem. Segundo ele, a mesma quantidade de chuva causa efeitos distintos quando cai no oceano, em um vale e em um local habitado. Já sobre os tsunamis e terremotos, o diretor do INM comenta que os fenômenos estão ligados à geofísica e às placas tectônicas de cada local. “É uma ação causada pelo deslocamento de placas” constata.

 

Fenômeno marítimo
“Tsunami é um fenômeno marítimo que acontece por causa de uma mudança bruta no solo do oceano”, avalia o diretor do Inmet. Ele pondera: “se este deslocamento cria degrau no fundo do oceano, essa diferença passa imediatamente para a superfície, por uma condição de onda, que se propaga muito rapidamente”.

Segundo Moura, quanto mais profundo for o oceano, mais rápido a onda gerada no solo se propaga. “É praticamente a raiz quadrada da altura”, pontua. “Em um oceano que tem quatro mil metros de profundidade, a velocidade de propagação da onda será praticamente 20 mil metros por segundo”, diz. “No entanto, nem todo maremoto causa tsunami”, atesta.

País tropical
No caso do Brasil, Moura explica que as regiões Sul e Sudeste normalmente são regiões chuvosas, por causa das frentes frias que vêm do sul e têm maior residência nesta região. E a frequência de chuva umedece o solo e causa os deslizamentos. Assim, Moura alerta, principalmente, para o fato de se aprender com o passado recente. “O que aprendemos com as enchentes ocorridas ano passado”, indaga.

Ele esclarece que a meteorologia não atua na ponta com a população, e por isso é que toda a máquina administrativa deve esta envolvida, desde a defesa civil municipal até o governo federal. “Acredito que desta maneira os impactos serão menores e a prevenção da vida humana ocorre que é fundamental”, finaliza. E para fanalizar, cita os Estados Unidos da América (EUA), como exemplo onde o americano se prepara, faz treinamentos e simulados.  Para ver os vários componentes do sistema de previsão, de alerta e da defesa civil.

Diante dos aspectos de força e instabilidade dos fenômenos naturais, Moura defende que a melhor ação humana é em relação à orientação da população e o acompanhamento da meteorologia. 

Cúpula
Após a entrevista com o diretor do Inmet a necessidade de o gestor municipal conhecer o temas ambientais que podem interferir na criação de políticas publicas e no desenvolvimento de ações – preventivas e de a acompanhamento de desastres causados por fenômenos naturais – fica em evidência.

 

Assim, gestores municipais de todo o país se reunirão em Manaus (AM), de 7 a 10 de outubro, para debater os temas de Meio Ambiente. A I Cúpula Amazônica de Governos Locais será o evento que pautará o governo municipal e movimento municipalistas para a 15ª Conferência Climática das Nações Unidas em Copenhague (COP 15), em Copenhague, na Dinamarca. O COP 15 esta agendado de 7 a 18 de dezembro desde ano e os governantes deverão estabelecer um novo tratado semelhante ao Protocolo de Kyoto.

 

 


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