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28/04/2016
Dia da Caatinga é nesta quinta; CNM lamenta que secas e queimadas tenham transformado a região em deserto
No Dia Nacional da Caatinga, lembrado nesta quinta-feira, 28 de abril, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lamenta que as secas prolongadas e as queimadas transformaram 1/3 dessa região em deserto. Essa é uma conclusão de um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A caatinga é a vegetação típica do Nordeste do país. Ela ocupa uma área de 950 mil Km², mais de 10% do território brasileiro. Compõe a paisagem de dos nove Estados do Nordeste e chega até o norte de Minas Gerais. Mas o estudo mostra que dessa área, 300 mil Km² já viraram deserto, ou seja, quase 1/3 do total. E a desertificação deve avançar quase 3 mil Km² por ano se nada for feito.
Em Pernambuco, pesquisadores da Embrapa estão investindo em tecnologia para tentar diminuir a desertificação. A caatinga ocupa 2% do território de Minas Gerais. São 11.730 Km² no extremo norte do estado, mas em 40% das fazendas, há o desgaste do solo provocado pela atividade rural.
Desertificação
Segundo a Embrapa, algumas áreas ainda estão bem preservada, com cactus, anjico, aroeira, mas outras, porém, foram desmatadas para pastagens e ali acontece o que os engenheiros agrônomos apontam como um princípio de desertificação.
Os clarões abertos podem ser vistos e neles não cresce capim. Isso já seria um sinal alarmante de degradação do solo, assim como a proliferação da vegetação mais baixa, conhecida como erva daninha.
Municípios afetados
Em Alagoas, são 14 os Municípios que já sofrem com os efeitos da desertificação. Isso corresponde a 10% do semiárido do Estado, segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas, e que acompanha e monitora a desertificação.
Quando um bioma chega na condição de deserto, as chances de recuperação do mesmo sem intervenção é quase nula. Nesse estágio o solo se esgota e já não consegue nutrir a vegetação. Segundo os estudos, a vegetação não responde mais às chuvas, somente a terra molhada não é suficiente. Na área mostrada na reportagem, a caatinga praticamente desapareceu. E as plantas que acabaram de nascer, com as primeiras chuvas de inverno no sertão, não crescem. A terra fica seca, improdutiva. Os agricultores não conseguem plantar e isso obriga o sertanejo a trocar o campo pela cidade.
Dos 185 Municípios de Pernambuco, 122 sofrem com a desertificação. É quase 1/3 do solo pernambucano.
Estratégia para diminuir o impacto
Para tentar diminuir esse impacto, os pesquisadores da Embrapa estão apostando em uma nova estratégia: a de observação do bioma. Só que bem do alto.
Observar a caatinga, mas com a ajuda da tecnologia. O monitoramento é feito por olhos humanos e também por sensores modernos, que registram e atualizam de minuto a minuto a emissão de gases da vegetação e a quantidade de radiação solar que as plantas recebem e utilizam. É possível, ainda, avaliar os impactos causados por queimadas, desmatamento e pelo uso inadequado do solo. Um trabalho pioneiro no Nordeste.
As torres de monitoramento têm 16 metros de altura. Cada andar possui equipamentos com funções diferentes, que podem ajudar a salvar o meio ambiente.
Aqui pode escrever quais vão ser as estratégias de recuperação do solo, após o monitoramento.
Agência CNM, com informações do G1