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09/05/2013
Desmatamento reduz nos meses de março e abril em relação ao ano passado
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o desmatamento da Floresta Amazônica atingiu 175 quilômetros quadrados nos meses de março e abril. Apesar de os números ainda serem significantes, no ano passado, o desmatamento detectado no mesmo período somou quase o dobro, 292 quilômetros quadrados.
Mato Grosso foi mais uma vez apontado como o Estado onde há mais derrubada de árvores. Ele sozinho perdeu 47% do total anunciado. O Inpe, por meio do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), consegue captar cada área desmatada por meio de satélites.
O Município de Peixoto de Azevedo (MT) aparece nos mapas do Deter como um dos mais desmatados. À Agência da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o prefeito Sinvaldo Brito lamentou os dados e disse que não é por falta de orientação por parte da prefeitura.
O desmatamento como renda
Em Peixoto de Azevedo, há o maior assentamento municipalista do País. De acordo com Sinvaldo, para se sustentar, as pessoas que vivem nestes assentamentos recorrem ao desmatamento. “Eles não têm como sobreviver”, conta o prefeito. Os assentados foram para o Município na época do garimpo, mas após este período, sem outra atividade, passaram a viver da derrubada de árvores.
Sinvaldo Brito reclama da falta de recursos para a educação ambiental e principalmente da falta de regularização fundiária e ambiental. “Somos limitados. A prefeitura não mede esforços para evitar isso, com mutirões, pactuações e orientação às comunidades. Mas, não podemos estar em mais de quatro mil propriedades, fiscalizando e policiando”.
Em relação ao trabalho de instituições federais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o prefeito disse que não há problemas e que sabe que eles controlam cidades vizinhas como Sinop (MT). “Eles não são omissos, e esses assentamentos são pequenos, mas quando somados têm esses resultados”.
O prefeito de Peixoto de Azevedo teve acesso aos dados do Inpe pela internet, mas eventualmente o Instituto repassa diariamente as informações sobre o desmatamento para o Ministério do Meio Ambiente que as repassa para os Estados. Os Municípios, portanto, não recebem essas informações diretamente.
É importante ressaltar que nem todos os alertas de desmatamento do Inpe configuram crimes, pois alguns são licenciados.