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18/10/2016
CNM divulga novas informações sobre os temporais que assolam região Sul
Desde o último domingo, 16 de outubro, um forte temporal tem causado muitos estragos na região Sul do país. Milhares de pessoas ficaram sem luz, casas foram destelhadas, além dos alagamentos, queda de árvores e postes de energia. Há indícios de que os vendavais possam ter sido provocados por um tsunami meteorológico, fenômeno que ocorre quando uma quantidade de nuvens carregadas avança rapidamente em uma região.
O Rio Grande do Sul foi um dos Estados afetados. Informações obtidas com a Defesa Civil Estadual apontam que 38 Municípios registraram ventos fortes, incidência de raios e queda de granizo. Em Porto Alegre, a capital, mais de 30 mil casas ficaram sem energia elétrica. Não houve registro de feridos até o momento.
Localizado na região central gaúcha, o Município de Pântano Grande foi o que apresentou o maior número de famílias atingidas pelo temporal. Segundo a coordenadoria de Defesa Civil municipal cerca de 400 residências, de seis diferentes bairros, foram isoladas. Abrigos estão sendo organizados para oferecer apoio às pessoas que precisam sair de casa.
Cachoeira do Sul foi a cidade que teve o maior volume acumulado da precipitação nos últimos três dias. Ao todo, foram registrados 197 milímetros de chuva nesse intervalo. Porém, foi São Sebastião do Açaí que ficou com mais de 60% das ruas alagadas após o transbordamento do Rio Çaí. De acordo com a prefeitura, cerca de 210 pessoas estão desabrigadas.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, os vendavais também causaram muitos problemas. Um levantamento feito pela Defesa Civil Estadual revela que 47 cidades já foram afetadas nas últimas 36 horas. O Município de Tubarão foi seriamente atingido e decretou Situação de Emergência após o temporal.
As informações mais recentes da prefeitura indicam que há 1.150 afetados, 20 feridos, 15 enfermos, 150 desalojados e um total de 240 residências atingidas. A queda de uma árvore durante o fenômeno provocou a morte de uma criança de sete anos. No último dia 17 de outubro, em São Carlos, um agricultor também veio a óbito após ser atingido por um raio.
Ainda de acordo com a Defesa Civil estadual, os Municípios afetados foram: Tubarão, Laguna, Braço do Norte, Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Urussanga, Balneário Rincão, Araranguá, Imbituba, Garopaba, Orleans, Anitápolis, Gravatal, Jaguaruna, Içara, Leoberto Leal, Criciúma, Palhoça, São Joaquim, Urupema, Capivari de Baixo, Joaçaba, Herval do Oeste, Alfredo Wagner, Curitibanos, Pescaria Brava, Abelardo Luz, São Miguel do Oeste, Campos Novos, Concórdia, Pouso Redondo, Taió, Ponte de Alta Norte, Nova Itaberaba, Braço do trombudo, Ituporanga, Bocaína do Sul, Caçador, Rio do Sul, São Carlos, Seara, Angelina, Bom Retiro e Abdon Batista.
Previsão meteorológica
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um aviso nesta terça-feira, 18 de outubro, onde prevê a incidência de mais tempestades. Os ventos devem ficar entre 61 e 99 km/h e as chuvas podem chegar aos 100 milímetros por dia.
Há previsão ainda de granizo para as áreas do Planalto Norte Catarinense, Metropolitana de Curitiba, Oeste Catarinense, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis, Planalto Sul Catarinense, Litoral Sul Catarinense, Central Paranaense, Litoral Paranaense, Oeste Paranaense, Sudoeste Paranaense, Sul Paranaense, Meio-Oeste Catarinense, Litoral Norte Catarinense.
Orientações aos Municípios
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) vem acompanhando os desastres decorrentes do excesso de chuvas e destaca algumas dicas aos gestores municipais. Conforme traz a Lei 12.608/2012, é dever da União e dos Estados apoiar os Municípios nas ações de Defesa Civil.
O problema acontece quando o Estado oficializa a situação de anormalidade e inclui as cidades afetadas no decreto estadual, para dar mais agilizado ao processo. Porém, como nota a CNM, os recursos ficam concentrados no Estado que só efetuam o repasse depois que o Município apresenta toda a documentação exigida. Esse processo acaba comprometendo a urgência dos recursos.
A entidade orienta os gestores locais que:
1) Nas ocorrências de desastres naturais, solicitem a integração dos três Entes nas ações e socorro e assistência humanitária;
2) Busquem sempre o apoio técnico da União e do Estado na decretação e na avaliação dos danos e prejuízos causados por desastres naturais;
3) Solicitem o reconhecimento de anormalidade diretamente à União;
4) Após o reconhecimento federal, oficializem diretamente à União a liberação de recursos financeiros para execução de obras emergenciais de Defesa Civil no Município. Solicitar o apoio técnico do Estado apenas no levantamento da documentação exigida;
5) Quando muitas cidades de um Estado forem afetadas por um desastres natural, evitem a inclusão de seu Município na decretação estadual de anormalidade, já que nestes casos, os recursos liberados pela União ficam centralizados no governo do Estado.