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23/11/2015
CNM divulga novas informações sobre o desastre nos Municípios atingidos pelo rompimento da barragem em Mariana (MG)
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulga nesta segunda-feira, 23 de novembro, informações atualizadas sobre a tragédia em Mariana, Minas Gerais. O rompimento da barragem de Fundão no dia 5 de novembro trouxe várias consequências como mortes e destruição em vários Municípios mineiros e capixabas.
A barragem rompida lançou lama de rejeitos e poluiu o Rio Doce que atravessa vários Municípios. Até agora, foram confirmadas 8 mortes e 11 pessoas continuam desaparecidas. Outras 504 pessoas estão desabrigadas. Equipes de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícias Civil e Militar continuam no local em busca de desaparecidos no Distrito de Bento Rodrigues, região pertencente ao Município de Mariana.
A tragédia trouxe um caos para a região. A população sofre com o colapso no abastecimento de água potável após a contaminação do Rio Doce pelos dejetos de lama. Em razão disso, o governo de Minas Gerais decretou situação de emergência ao longo da bacia do Rio Doce. De acordo com a Defesa Civil estadual, mais de 200 Municípios mineiros dependem desta água para o consumo
Ações e liberação de máquinas
O Ministério do Desenvolvimento Agrário autorizou o uso de máquinas e equipamentos doados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para auxiliar as ações de socorro, assistência às vítimas e reestabelecimento de serviços sociais.
Elas foram doadas para os Municípios vizinhos a Mariana. Cada um dos Entes afetados recebeu uma retroescavadeira, uma motoniveladora e um caminhão-caçamba. Outra ação na região está sendo desenvolvida pelos Ministérios do Trabalho e da Previdência.
As Pastas fazem a expedição de carteiras de trabalho das pessoas atingidas pelo rompimento da barragem em Mariana. O governo federal também resolveu agilizar a liberação do Bolsa Família para 3,6 mil famílias de Mariana/MG. O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também pode ser sacado no valor de até R$ 6.220,00 para atender a população.
Os governos de Minas Gerais, Espírito Santo e Entes Federados discutem ainda ações jurídicas e administrativas para a recuperação das regiões afetadas. O principal objetivo é dar celeridade no processo de indenização e recuperação dos danos ambientais, sociais e humanos.
Monitoramento
Várias instituições estaduais e federais monitoram a água contaminada do Rio Doce em toda a sua extensão. O Serviço Geológico do Brasil e a Agência Nacional de Águas (ANA) estão recolhendo amostras para acompanhar a evolução da qualidade da água do Rio Doce.
O monitoramento está sendo feito 24 horas por dia. O Ministério da Integração Nacional também articula com órgãos estaduais e federais para garantir água para consumo em Mariana e também em nas demais cidades atingidas.
Lama tóxica chega à costa marítima capixaba
A lama tóxica que poluiu toda a extensão do Rio Doce desaguou no sábado, 21 de novembro, no Espírito Santo. A costa marítima que banha o Município capixaba de Linhares foi afetado por uma imensa mancha marrom que deve passar dos nove quilômetros, como previsto pelo Ministério do Meio Ambiente.
A Samarco, empresa responsável pela barragem, informou que colocou boias de contenção em toda costa para evitar que a lama chegasse ao mar, mas não adiantou. Contaminada com resíduos de minério, a lama se misturou à água e adentrou à área de proteção costeira, a Reserva Biológica de Comboios.
Salvamento de animais
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro de Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fazem ações de emergência para proteger a fauna da região afetada pela catástrofe. Os órgãos estão fazendo a retirada de ovos de tartaruga de locais ameaçados na costa capixaba, bem como a captura e transporte de matrizes de peixes também ameaçados.