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07/06/2016
CNM destaca ações e projetos de Municípios que buscam reduzir impactos ambientais e preservar o meio ambiente
No dia 5 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e para reforçar a importância da data a Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca que tem crescido o número de ações e projetos em Municípios que buscam reduzir impactos ambientais e preservar o meio ambiente.
A CNM ressalta que as cidades estão se tornando cada vez mais urbanas, diminuindo o número de áreas verdes e aumentando a geração de resíduos sólidos, a poluição do ar e das águas, além da extinção de espécies de flora e fauna, causando grande desequilíbrio ambiental.
Entretanto, tem crescido o número de ações e projetos que buscam reduzir impactos ambientais e preservar o meio ambiental. Como exemplo, existem iniciativas em energias alternativas sustentáveis, reciclagem de óleo de cozinha, pecuária sustentável, reflorestamento e diversas outras.
Energias alternativas
Dentre as iniciativas de sucesso estão projetos com energia eólica e solar. Porém, os projetos envolvendo energia eólica exigem recursos técnicos e financeiros maiores e no Brasil estão sendo promovidos pelo governo federal, Estados e empresas, tendo como parceiros os Municípios. Com isso, desde a instalação da primeira turbina de energia eólica em 1992 em Fernando de Noronha, hoje o Brasil é o quarto país em que essa fonte de energia mais cresce no mundo.
Municípios nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul respondem por 83% da energia eólica gerada no Brasil. Além dos benefícios ambientais de ser uma fonte de energia limpa e renovável, os investimentos em energia eólica movimentam a economia local. Isso, pois cada aerogerador pode render até R$1 mil para os proprietários das terras onde são instalados, como ocorre em João Câmara, Município no Rio Grande do Norte.
Fazendas de vento
Com a renda extra, os donos das “fazendas de vento” investem na terra e chegam a contratar funcionários. Além deles, outros negócios indiretos são gerados nos serviços de alimentação e serviços, situação que tende a crescer em todos os Municípios onde a expansão da energia eólica é esperada.
Entretanto, considerando o custo benefício, a energia solar tem ganhado destaque nos projetos municipais, uma vez que pode ser instalada em pequenos locais os Municípios não precisam esperar por parcerias entre União e Estados. Nesse sentido, a CNM destaca a inciativa de Pompéu (MG), o qual instalou um sistema de abastecimento energia fotovoltaica no centro administrativo municipal. O sistema resultou em economia financeira e redução dos impactos ambientais da administração municipal.
Auto suficiência energética
Devido a facilidade e melhor custo benefício para projetos pilotos, a energia solar tem tido destaque na escolha dos gestores locais. Conseguem assim, promover a auto suficiência energética de determinados espaços públicos 100% por meio de energia solar, como é o caso da escola municipal Criança Feliz em Marechal Cândido Rondon (PR), da Praça das Águas em Boa Vista (RR), a qual ainda possui iluminação em LED, e parques como o Parque do Carmo em São Paulo (SP) e o parque Centreeventos, em Itajaí (SC), os quais possuem pontos de iluminação exclusivos com energia solar. Projetos desse porte estão crescendo exponencialmente nos Municípios e resultam em redução de gastos e minimização de impactos ambientais.
Além disso, há projetos inovadores de geração energia por meio do biogás metano extraído de aterros sanitários, os quais chegam a abastecer mais de 400 mil pessoas, como é o caso de um aterro sanitário localizado em São Paulo, capital. Outros projetos interessantes com biogás advindo da suinocultura estão iniciando no Brasil. Como exemplo, o Município de Entre Rios do Oeste (PR) formou parcerias para construir um biogasoduto que vai fornecer energia elétrica sustentável para toda a população a partir do metano resultando da criação de suínos.
Pecuária sustentável
Até 2008, o Município Paragominas (PR) era conhecido por alarmantes indicadores de desmatamento, violência e trabalho infantil. Entretanto, após acordo com setor agropecuário, setor empresarial e Ministério Público Federal (MP), o Município conseguiu se tornar exemplo de sustentabilidade. Dentre as mudanças promovidas constam melhoria da infraestrutura urbana e espaços coletivos, regularização ambientalmente propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR), estimulo à uma economia “verde”, matriculas de crianças em escolas e programas sociais, além de ter como objetivo zerar o índice de analfabetismo e retirar o município da lista dos que mais devastam a região Amazônica.
Para isso, o prefeito da cidade conseguiu a assinatura de 51 entidades locais para o Pacto pelo Desmatamento Zero, o qual acabou com o desmatamento, implantou a educação ambiental para 30 mil alunos das escolas e regularizou terras do município. A CNM ressalta que o referido Pacto tem como meta um programa de reflorestamento que planta cerca de 10 mil árvores por ano. Dessa forma, desde 2011 Paragominas saiu da lista de Municípios que desmatam a Amazônia, promoveu a recuperação da floresta e hoje promove uma nova economia rural com base sustentável e uso intensivo da agropecuária.
Reciclagem de Óleo de Cozinha
Apesar de muitas pessoas saberem que 1 litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água, muitas pessoas nãos abem o que fazer com o óleo de cozinha usado e jogam esse resíduo no ralo da pia ou em outros locais inadequados. Por esse motivo, muitos Municípios criaram projetos para transforma o óleo de cozinha usado em sabão ou em biodiesel e assim evitar a contaminação ambiental.
Em Itapevi (SP) a iniciativa da prefeitura, em parceria com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, foi iniciada em 2015 e consiste na coleta e reciclagem de óleo comestível usado nas cozinhas residenciais e estabelecimentos comerciais da cidade. Além disso, promovem campanhas de conscientização da população sobre o descarte irregular no meio ambiente e inadequado nas redes de esgoto. Todo o óleo coletado é encaminhado à uma empresa de reciclagem, para que o material seja transformado em Biodiesel.
Pontos de coleta
Já no Município de Paulista (PE), prédios públicos da administração e escolas municipais se tornaram pontos de coleta de óleo de cozinha, o qual é transformado em sabão por meio de parceria com uma indústria do ramo. O projeto permite que as escolas sejam pontos de educação ambiental prática, pois os alunos palestras informando a importância do projeto e os benefícios do descarte ambientalmente adequado do óleo de cozinha.
Existem diversas outras iniciativas que os Municípios estão realizando e que demonstram o envolvimento dos gestores em promover espaços públicos sustentáveis e maior qualidade de vida para a população em ambientes sem poluição e com energia limpa.