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21/01/2015

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CNM chama atenção para desperdícios, em preparação ao Dia Mundial da Água

Pref. Barbacena (MG)Em meio a uma crise de abastecimento no maior Município do País, São Paulo, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou, nesta terça-feira, 20 de janeiro, o tema deste ano para o Dia Mundial da Água. Duas palavras pautarão os debates de 2015 em torno dos recursos hídricos: 'Água e Desenvolvimento Sustentável'.

A data reservada para lembrar mundialmente o bem mais precioso para a vida na Terra é 22 de março. Até lá, o Brasil e o resto do mundo buscam soluções para manter o acesso à água. Há alguns anos, o Nordeste brasileiro sofria com falhas no abastecimento. Recentemente, este problema afeta também a região mais rica e desenvolvida do país, o Sudeste. A escassez hídrica deixou de ser um problema apenas do sertão.

Os desafios da água e do desenvolvimento sustentável no Brasil são grandes. Na avaliação da Confederação Nacional de Municípios (CNM), é preciso melhorar a gestão dos mananciais e reflorestar as margens para possibilitar que a água infiltre o solo e mantenha o ciclo normal. Além disto, as áreas urbanas precisam dedicar maior investimento em Saneamento Básico, principalmente com relação ao tratamento de esgoto e redução de perdas de água.

Alertas contra o desperdício
Quando há escassez de água, o que menos podemos permitir é o desperdício dela. Piracicaba, no interior paulista, é um Município estruturado. Tem 100% de acesso à água potável e 100% de esgoto tratado. Mas, enfrenta dificuldades quando o assunto é a perda deste bem. Em Piracicaba, quase metade da água tratada é desperdiçada. O Município possui um índice alto, 45% de perda. Este e outros casos semelhantes precisam de estratégias urgentes, destaca a CNM.

Pref. Amparo (SP)Piracicaba é só um exemplo. Em todo o Brasil, 37% da água tratada para consumo é perdida antes de chegar às torneiras da população. Os dados, de dezembro de 2013, são do próprio governo federal e foram incluídos no Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades. As causas são as falhas das tubulações, fraudes e ligações clandestinas no caminho.

Desperdício de recursos
As perdas não se restringem apenas à água. De acordo com o Instituto Trata Brasil, uma redução de apenas 10% nas perdas no país agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com a água. Esse valor é equivalente a 42% do investimento aplicado em abastecimento para todo o Brasil no ano de 2010. A redução de perdas significativas ajudaria mais as empresas a terem recursos para a expansão do atendimento em água potável e ampliação das redes de esgoto e tratamento.

A CNM faz menção ainda a outro estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado em 2014: o Ranking de Saneamento Básico das 100 maiores cidades brasileiras. Segundo a instituição, em 90% das cidades a evolução foi nula ou menor que 10% nas perdas de água entre 2011 e 2012. Em resumo, pouca importância tem sido dada a esse tema, mesmo nos maiores Municípios do Sudeste brasileiro.

Jaboatão dos Guararapes (PE) (55,29%), Santarém (PA) (45,78%), Macapá (AP) (39,99%), Porto Velho (RO) (32,89%) e Ananindeua (PA) (27,2%) estão entre os piores no ranking. O curioso é que a maioria destes Municípios não sofre com escassez hídrica, mas a qualidade da água que chega até a população é um dos grandes desafios.

Tratamento da água
Ainda com base no estudo da Trata Brasil, outra preocupação. O volume de esgotos não tratados nos 100 maiores Municípios brasileiros foi de 2.959 piscinas olímpicas. Este é o montante despejado no meio ambiente. A falta de saneamento, além de um problema de Saúde Pública, continua a prejudicar a quantidade e qualidade dos recursos hídricos brasileiros, principalmente no meio urbano.

Para sanar esse problema, o Plano Nacional de Saneamento Básico prevê a necessidade de investimento de R$ 500 bilhões a fim de universalizar o acesso à água potável, entre outros serviços no setor. Dessa forma, a CNM destaca: fica claro que sem apoio dos governos estaduais e federal para melhorar os índices de saneamento básico nos Municípios, o desenvolvimento sustentável do país continuará a ser algo distante da realidade.

 

Clique aqui e conheça o ranking de saneamento das 100 maiores cidades

Acesse aqui para conhecer o estudo sobre perdas de água no Brasil em 2010

 

 


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