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05/09/2019
CNM celebra Dia da Amazônia e destaca ações que promovam o desenvolvimento sustentável da região
Nesta quinta-feira, 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia. A data foi criada para conscientizar a população sobre a importância da maior floresta tropical do mundo, a região de maior biodiversidade do planeta. A preocupação com a preservação de uma das maiores riquezas do país foi evidenciada em diversas oportunidades pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). Antes mesmo das recentes discussões sobre a proteção das florestas ganharem repercussão mundial, a entidade promoveu vários encontros com gestores de Municípios situados na região amazônica para encontrar soluções que possam promover o desenvolvimento sustentável local.
O bioma amazônico é essencial para o equilíbrio ambiental e climático do planeta e para conservação dos recursos hídricos. A Amazônia Legal é integrada por 772 Municípios brasileiros, com aproximadamente 5.020.000 km2, que corresponde a oito estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso. Considerado o maior bioma brasileiro, a Amazônia abriga cerca de 2.500 espécies de árvores, que representam um-terço de toda a madeira tropical do mundo e 30 mil espécies de plantas. A grandeza da região também ganha destaque na bacia amazônica, que é a maior bacia hidrográfica do mundo e cobre cerca de 6 milhões de km2 além de ter 1.100 afluentes. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando ao mar cerca de 175 milhões de litros d’água a cada segundo.
Em palestra ministrada hoje, durante o 1º Fórum de Cidades Amazônicas na capital do Estado, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, sugeriu à Organização das Nações Unidas (ONU) que a data seja celebrada como Dia Internacional da Amazônia. “A Amazônia é a região mais importante do Brasil e é uma das mais estratégicas do mundo, isso tem que ficar claro. Gostaria muito que a ONU fizesse do 5 de setembro o Dia Internacional da Amazônia”, disse.
Ações da CNM
A CNM tem demonstrado frequentemente preocupação com a preservação, desenvolvimento e uso sustentável dos recursos naturais nos Municípios Amazônicos. Em 2009, a entidade promoveu, em parceria com a prefeitura de Manaus (AM) e a Associação Amazonense de Municípios (AAM), a Cúpula Amazônica de Governos Locais na capital do Estado do Amazonas. Na ocasião, representantes dos governos municipais, estaduais e federais, especialistas em meio ambiente, órgãos internacionais e sociedade civil discutiram as mudanças climáticas.
Foram pautadas a importância das políticas públicas para o desenvolvimento, a preservação da Amazônia e firmar parcerias entre órgãos nacionais e internacionais para a ampliação de potencialidades regionais. Além da temática adotada - mudanças climáticas -, a qualidade de vida de indígenas da região, a sustentabilidade econômica local e as parcerias entre Municípios amazônicos e outros países também foram bordados na Cúpula Amazônica. Essas temáticas foram ampliadas em outras reuniões e ganharam visibilidade na maior mobilização municipalista do país: a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Em 2018, dentro da programação paralela do evento, ocorreu o Encontro dos Municípios Amazônicos. Essas reuniões foram também realizadas em anos anteriores na sede da CNM e em cidades da região amazônica.
Contrastes e influências
A riqueza natural da Amazônia se contrapõe dramaticamente aos baixos índices socioeconômicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização. Nesse contexto, o uso dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento sustentável da região. A região possui uma incalculável importância ambiental por ser o habitat de inúmeras espécies animais, vegetais e arbóreas, e fonte de matérias-primas alimentares, florestais, medicinais e minerais.
Abriga também grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento das populações tradicionais sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais sem esgotá-los ou destruir o habitat natural. A floresta garante a sobrevivência desses povos, fornecendo alimentação, moradia e medicamentos. A Amazônia tem uma relevância que ultrapassa suas fronteiras, pois influencia diretamente o regime de chuvas do Brasil e da América Latina e é um fundamental sorvedouro de carbono, contribuindo para o equilíbrio climático global. Sua imensa cobertura vegetal estoca entre 80 e 120 bilhões de toneladas de carbono. A derrubada de árvores libera uma considerável parcela de dióxido de carbono na atmosfera. Apesar de ser um ecossistema grandioso, a Amazônia é extremamente frágil. Como a floresta vive a partir de seu próprio material orgânico, o equilíbrio ecológico do bioma é extremamente sensível a quaisquer interferências. Por isso, os danos causados pela ação antrópica podem ser irreversíveis.
Origem
Essa data foi escolhida como uma referência a 5 de setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas). Já a Amazônia Legal foi instituída pelo governo brasileiro em 1953 para planejar e promover o desenvolvimento social e econômico da região amazônica.
Mulher Indígena
Também nesta quinta-feira é comemorado o Dia Internacional da Mulher Indígena. A data foi estimulada em 1983 durante II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tihuanacu (Bolívia). O dia foi escolhido porque em 5 de setembro morreu Bartolina Sisa, uma mulher da etnia quéchua, esquartejada pelas forças realistas durante a rebelião anticolonial de Túpaj Katari, no Alto Peru.
A data tem o objetivo de guardar na memória coletiva a lembrança de luta da mulher indígena por justiça e em defesa de direitos individuais e coletivos. No Brasil a participação política das mulheres indígenas é muito pequena, um retrato das barreiras de dificuldade imposta as mulheres de efetivo acesso a política. No cenário de 642 prefeitas, apenas uma é indígena no município de Marcação (PB) Eliselma Oliveira, que é de etnia Potiguara. Nas eleições federais de 2018 foi eleita pela primeira vez no Brasil uma deputada federal de origem indígena. Eleita deputada federal pelo estado de Roraima, Joênia Wapichana pertence a etinia Wapichana.
Fotos: EBC e Agência CNM