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28/11/2007
Artigo: Geração de empregos no setor de saneamento
Agência CNM
O número de trabalhadores envolvidos diretamente com a prestação de serviços no setor de saneamento em 2005, segundo dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), foi estimado em 174 mil, incluídos nesse total os postos de trabalho próprios dos prestadores de serviços (igual a 117 mil empregos) e os que resultaram das atividades terceirizadas. Observou-se um crescimento de 5,5% da força de trabalho em 2005 em comparação com 2004.
É importante ressaltar que, além desses postos de trabalho, a atividade de prestação de serviços de água e esgotos gera empregos na indústria de materiais e equipamentos, na execução de obras, na prestação de outros serviços de engenharia e nas áreas de projetos e consultoria.
Artigo de autoria de José Pastore, publicado no Jornal da Tarde, em 20 de agosto de 2003, afirmava o seguinte: “As pesquisas mostram que R$ 1 milhão investido em infra-estrutura, gera, em média, 163 postos de trabalho - 30 diretos, 19 indiretos e 114 remotos – também chamados de empregos decorrentes do efeito-renda. Trata-se de um resultado muito expressivo e de grande utilidade nesta fase de desemprego e informalidade crescentes”.
O governo federal vem divulgando o montante de investimentos previstos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saneamento: R$ 40 bilhões em quatro anos, ou seja, R$ 10 bilhões por ano, o que representa a criação de 6,52 milhões de postos de trabalho, durante a vigência do PAC, sendo 1,2 milhões diretos, 760 mil indiretos e 4,56 milhões remotos, de acordo com os indicadores sugeridos pelo professor Pastore.
O Modelo de Geração de Emprego e Renda do BNDES, mais conservador, propõe uma taxa média de 530 empregos para cada R$ 10 milhões de aumento na produção da construção civil. Assim sendo, pode-se estimar que o setor de saneamento brasileiro, no período de abrangência do PAC, ao investir cerca de R$ 40 bilhões, gerará, aproximadamente, 2,12 milhões de empregos diretos, indiretos e de efeito.
Em relação à produtividade de pessoal total medida segundo a quantidade de ligação ativa (água + esgotos) por pessoal total (próprios + terceiros), o índice médio foi de 265 ligações/empregado. Assim sendo, considerando o crescimento anual da ordem de 3,1% da quantidade de ligações, em relação ao ano 2005, conclui-se que é possível geral mais 3,8 mil postos de trabalho por ano ou cerca de 76 mil empregos em 20 anos.
Assim, o Brasil tem todas as condições para aproveitar as vantagens decorrentes dos investimentos em infra-estrutura. As obras nesse setor empregam mão-de-obra de baixa qualificação, o que ajuda a empregar aqueles que encontram dificuldades em atividades mais sofisticadas.
Outro fator positivo é o baixíssimo índice de importação que as obras de infra-estrutura exigem, o que, sem dúvida, contribui com o superávit fiscal. A capacidade administrativa e tecnológica das empresas especializadas em obras do setor, demonstrada ao longo do tempo, são suficientes para a realização dessas obras e, conseqüentemente, absorver a mão de obra fartamente disponível.
Engº Adalberto Joaquim Mendes
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