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13/11/2015
Após desastre em Mariana, famílias ainda aguardam resposta da mineradora Samarco
Os efeitos do rompimento das barragens da mineradora Samarco na cidade de Mariana, em Minas Gerais, não terminaram com a passagem do rio de lama. Os 631 desabrigados do Distrito de Bento Rodrigues, pertencente à Mariana, continuam alojados em hotéis e abrigos disponibilizados pela prefeitura. Parte de seus sonhos e sua história se foi com a lama. A mineradora já conversou com alguns deles na tentativa de providenciar moradia provisória.
A tragédia aconteceu no último dia 5 de novembro. Uma onda de lama repleta de rejeitos de minérios afetou em cheio Mariana e outros 18 Municípios da região. Além dos prejuízos financeiros, diversas pessoas morreram. Segundo dados da Defesa Civil municipal e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, sete óbitos já foram oficialmente confirmados e identificados. Porém, 18 pessoas ainda continuam desaparecidas.
O trabalho de busca é minucioso e demorado. A equipe do Corpo de Bombeiros concentra suas atividades nas margens do Rio Doce, que após o rompimento das barragens se tornou depósito de galhos de árvores, pedaços de madeira e animais mortos. Isso dificulta ainda mais a ação da corporação, pois alguns corpos podem estar debaixo dos destroços.
Caos
Tanta devastação fez com que o Município de Mariana decretasse Situação de Emergência. A solicitação foi devidamente reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional na última quarta-feira, 11 de novembro, e publicada no Diário Oficial da União (DOU) por meio da Portaria 222/2015.
A Confederação explica que o reconhecimento da anormalidade por parte do governo federal é o procedimento padrão para que o Município possa receber auxílio para prestar ações emergenciais. Isso inclui a execução de obras de restabelecimento, liberar cestas de alimentos, primeiros socorros, dentre outras ações.
Para este caso, a União liberou às vítimas do rompimento das barragens saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O valor máximo é de R$ 6.200 para pagamento das despesas imediatas.
Abastecimento de água
Com a enxurrada de lama, o Rio Doce, uma das principais fontes de abastecimento de água da região ficou contaminado. Informações divulgadas pela Defesa Civil de Minas Gerais apontam que, dos 18 Municípios que fazem parte da rota do rio, 10 já enfrentam problemas com abastecimento de água.
Dentre eles estão: Governador Valadares, Alpercata, Vila Eugênio, Era Nova, Distrito de Santo Antônio do Norte, Galiléia, Distrito de Pedra Corrida, Resplendor, Tumiritinga e Distrito de São Tomé.
Nessa primeira cidade, a situação é ainda mais crítica. A população enfrenta longas filas para adquirir galões de água. Às vezes o tempo de espera chega a quatro horas e o preço está supervalorizado, em função do aumento da demanda.
A prefeitura de Governador Valadares ainda mantém o abastecimento normal de escolas, hospitais, postos de saúde, asilos e o presídio local por serem considerados serviços essenciais. É o que afirma a Defesa Civil do Município, por meio de contato telefônico com a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Espírito Santo
O lamaçal foi aos poucos se deslocando ao longo do Rio Doce e já chegou até o Espírito Santo. Por lá, pelo menos três cidades estão em estado de alerta devido aos possíveis riscos de contaminação da água. São elas: Baixo Guandu, Colatina e Lameira.
Análises feiras pela Agência Nacional de Águas (ANA) sinalizam que, por enquanto, as condições das águas do rio estão adequadas. Porém, enfatizam que em breve não será mais possível o consumo nesses três Municípios capixabas.
Prejuízos ambientais
Rio contaminado, milhares de peixes sufocados pela lama, animais agonizando às margens do rio sem poder sair. Esse foi o cenário que marcou a cidade mineira de Mariana e tantas outras atingidas com os rejeitos dos minérios.
Em função disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a mineradora Samarco em R$ 250 milhões. Ela também deverá prestar apoio às famílias que perderam suas casas no desastre.