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15/01/2021
Técnicas do Ministério da Saúde participam do Bate-Papo CNM sobre doenças crônicas
No Brasil, 72% dos óbitos estão relacionados a Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) e mais da metade da população tem ao menos uma patologia como hipertensão, problemas de coluna, diabetes, artrite, reumatismo, depressão ou asma. Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e foram mencionados no Bate-Papo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), na manhã desta sexta-feira, 15 de janeiro.
A live semanal da entidade recebeu três técnicas do ministério para debater a Promoção da Saúde e Prevenção das Doenças Crônicas não Transmissíveis. Ao dar as boas vindas às convidadas, a técnica da Saúde da Confederação, Carla Albert, destacou como o assunto é amplo, importante e presente no dia a dia das prefeituras. Ela informou que diversas publicações da CNM, disponibilizadas na Biblioteca da entidade, focam a atenção básica/primária.
Uma das debatedoras, a assessora do programa Saúde na Escola, Fabiana Cavalcante, apresentou a estrutura organizacional federal de promoção à saúde e explicou como o governo trabalha o tema, principalmente, por meio dos programas Bolsa Família e Saúde na Escola. Também apresentou alguns dados e chamou a atenção para a redução dos atendimentos dos beneficiários do programa.
"Os Municípios têm até o dia de hoje para inserir os dados do acompanhamento do segundo semestre de 2020 dos beneficiários do Bolsa Família", alertou. A especialista do ministério afirmou que o acompanhamento feito pelos entes municipais é fundamental para reduzir o agravamento de doenças crônicas e para diminuir mortes de crianças e adolescentes. Fabiana ainda detalhou como o Saúde na Escola atua para promover prevenção e cuidado ao público infantil.
O impacto das doenças crônicas nos números de óbitos no Brasil e no mundo foi destacado pela coordenadora geral de Prevenção de Doenças Crônicas e Controle do Tabagismo do MS, Olivia Medeiros. Ela explicou que o governo analisa os dados e o reflexo deles no mercado de trabalho e também falou da baixa ocorrida nos acompanhamentos por conta das ações de enfrentamento ao Coronavírus. "Unidades Básicas de Saúde da Atenção Primária e as equipes do Estratégia da Saúde são os que mais tratam essas pessoas", destacou.
Papéis
A partir dos números, salientou a responsabilidade dos gestores municipais e a importância de os serviços locais funcionarem e funcionarem bem. "Qual o papel dos gestores, dos profissionais e do SUS [Sistema Único de Saúde]? Planejar as ações para estruturar a atenção a doenças crônicas. Tem de ter planejamento para rastreio, atendimento precoce, identificação, cuidado e tratamento adequado", disse. Ela enalteceu as estratégias locais e sugeriu o uso de tecnologias.
Segundo Olívia, uma portaria de incentivo a doenças crônicas foi lançada para custear ações específicas de obesidade, hipertensão e diabetes. Foi liberado custeio para equipe Saúde da Família: de R$ 4,7 mil para 40h, de R$ 3,5 mil para 30h; e de R$ 2,3 mil para 20h. A representante do ministério avisou: esse dinheiro está na conta e pode ser utilizado para melhorar o cuidado deste grupo de risco para a Covid-19.
Controle da Obesidade Infantil
A terceira participante do debate foi a técnica da coordenação geral de alimentação e nutrição, Ana Cavalcante. Ela apresentou uma proposta de Plano para Prevenção e Controle da Obesidade Infantil. "A obesidade infantil é um problema grave e crescente, tem inúmeras repercussões para a saúde, vida e nutrição infantil. O seu controle requer um esforço conjunto, multisetorial e para isso, é preciso contar com um protagonismo e liderança local", afirmou.
Números preocupantes foram apresentados pela especialista do ministério, como por exemplo: 2,9 milhões de crianças e 9,7 milhões de adolescentes são obesos no Brasil. E a má alimentação é a principal vilã e contribui para a crescente ocorrência de doenças crônicas. Ana aproveitou a oportunidade para apresentar em primeira mão a estratégia Projeta-se, em desenvolvimento, que trará uma série de recomendações aos gestores municipais e estaduais para a prevenção e controle da obesidade.
Os questionamentos e as demais participações de quem acompanhou o debate ao vivo foram lidas e um possível próximo debate foi sinalizado. Assista!
Por Raquel Montalvão
Da Agência CNM de Notícias