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06/11/2019
Selos agregam valor ao produto e dão mais segurança para consumidor
Os produtos que possuem selos de certificação beneficiam tanto quem produz, ao agregar valor e reconhecimento, quanto os consumidores, que se sentem mais seguros ao comprar. Essa é uma das análises do painel A importância dos selos de identificação e da rastreabilidade nos produtos agropecuários, realizado na tarde desta quarta, 6 de novembro, no Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, em Brasília.
A produção integrada, por conceito, permite o monitoramento e a rastreabilidade do processo e da qualidade dos produtos, levando à possibilidade de certificação. O diretor do Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas do Mapa, Orlando Melo Castro, destacou que os selos têm a capacidade de agregar valor ao produto. “É o caso do queijo da canastra, por exemplo. Em uma produção irregular, o produto valia cerca de R$ 7,50 a peça. Com a produção integrada, pode chegar a R$ 60”, exemplificou.
Representando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Jorge Guimarães acrescentou que hoje o cenário é de consumidores mais exigentes e com mais acesso à informação, o que resulta em mais cobranças. “A produção integrada é a agricultura como deve ser”, defendeu.
Selo arte
Válido para produtos artesanais, o Selo Arte, criado pela Lei 13.860/2018, foi apresentado pelo diretor do Mapa. Entre os requisitos, estão adoção de técnicas manuais e identidades geográficas. Enquanto o selo, que permite comercialização em todo o país, não é normatizado pelo ministério, os Estados que possuem legislação própria podem concedê-lo.
Além dos benefícios para os produtores, que conseguem agregar valor aos produtos, evitar cópias e conquistar novos mercados, inclusive internacionais, os selos e as certificações também são importantes para quem consome. “Queremos dar maior liberdade de escolha para o consumidor”, ponderou Castro.
Identificação geográfica
Dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) de 2018 apontam que a Identificação Geográfica (IG) agrega um aumento médio de 20% a 50% nos preços dos produtos. Para a analista técnica do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Hulda Giesbrecht, as chamadas IGs têm forte potencial de atender novas demandas do mercado. “Elas garantem a procedência, as características, o processo de produção e a forma constante e padronizada de produzir”, analisou.
Para exemplificar a importância do registro, o Sebrae levou ao painel o produtor Helinton Lugarini, que produz chá-mate. “Poucos conhecem o conceito, mas muitos já devem consumir produtos com IG. Com a identificação, nós, produtores, podemos contar para os consumidores a nossa história. Garantir origem e qualidade é uma forma de se diferenciar”, explicou. Ele presenteou os participantes com o produto, que tem o selo que indica procedência da região de São Matheus, no Paraná.
A analista de Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Maria Cláudia Nunes também tratou do tema e apresentou o Programa de Propriedade Intelectual da entidade, criado em 2010. “[A IG] é uma relação muito forte entre um produto e um local”, opinou. Ela destacou que a medida ainda tem muito para crescer no país, uma vez que há 65 identificações geográficas reconhecidas, a maioria concentrada nas regiões Sul e Sudeste. O Sebrae disponibiliza on-line detalhes sobre as IGs brasileiras.
Ainda no painel, o coordenador técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Carlos Frederico Ribeiro apresentou os sistemas de rastreabilidade animal e vegetal da entidade. O Congresso segue até quinta-feira, 7 de novembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). O evento é transmitido, por rádio e vídeo. Acompanhe no portal.
Por Amanda Martimon
Fotos: Tauan Alencar/Agência CNM
Da Agência CNM de Notícias
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