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15/06/2020
Reunião com reitor da Ufpel reforça dificuldades em fazer projeções da Covid-19 para próximos meses
A equipe de Saúde e o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, se reuniram com o reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Curi Hallal, na sexta-feira, 12 de junho. Por videoconferência, eles avaliaram o atual cenário epidemiológico, de transmissão do novo coronavírus, e os desafios do ponto de vista sanitário, buscando entender o comportamento da Covid-19 para os próximos meses.
Na quinta-feira, 11, foram divulgados os resultados da segunda fase da pesquisa Epicovid19-BR, realizada pela Ufpel com apoio da CNM. Entre os dias 4 e 7 de junho, os pesquisadores coletaram dados em 133 cidades de todos os Estados do Brasil, sendo que, em 120 delas, testou-se pelo menos 200 pessoas. Os responsáveis pelo levantamento voltaram a afirmar que a contagem de pessoas com anticorpos no Brasil certamente já está na casa dos milhões, e não mais dos milhares.
A comparação do número de brasileiros com anticorpos estimado pela pesquisa com os números oficiais de casos confirmados aponta para uma grande disparidade - o que corrobora para o alerta da Confederação de que é improvável um cenário epidemiológico seguro para os próximos meses. A reunião do reitor com a CNM ocorreu logo após videochamada do Conselho Político, que avaliou essas instabilidades.
Pleito eleitoral
Aroldi listou a Curi as preocupações das lideranças municipalistas e propôs formalizar parceria com a Universidade para monitorar a disseminação da Covid-19 nos Municípios brasileiros. “A nossa preocupação é com a proteção da saúde da população. No momento, existe a necessidade de preservar vidas”, ressaltou o presidente da CNM.
O coordenador da entidade Rodrigo Dias completou: “Nos inquieta essa falta de previsibilidade do declínio da pandemia”. Por enquanto, os gestores municipais estão tendo que manter as ações sociais de distanciamento e isolamento, sem saber até quando. O pesquisador concordou com a importância de qualquer decisão ser tomada com embasamento científico e, diante de questionamentos sobre a possibilidade de projetar cenários para outubro e dezembro - período que está sendo cogitado para as eleições -, lamentou que não seja possível no momento.
Números do contágio
“Em países da Europa e até mesmo nos Estados Unidos, os números estão em decrescente. Aqui também deveria caminhar para isso, mas estamos desafiando o vírus porque estamos reabrindo no momento em que estamos no pico da curva”, observou Curi. O pesquisador explicou que, atualmente, o país está longe da chamada imunidade de rebanho. “Tem gente suscetível suficiente para uma segunda onda. Mas a tendência é que ela demore um pouco para acontecer, eu não acho que ocorra até outubro”, opinou.
Glademir Aroldi e a equipe técnica destacaram que a CNM vai continuar auxiliando na realização da pesquisa e que esperam que os resultados possam subsidiar as ações de enfrentamento à pandemia e todas as decisões que deverão ser tomadas para os rumos sanitário, político e econômicos do Brasil.
Por Amanda Maia
Da Agência CNM de Notícias