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10/09/2021
Relacionamentos abusivos: CNM promove o debate e explica um padrão de comportamento
Danos físicos, emocionais, psicossociais e neurológicos são alguns dos problemas causados por relacionamentos abusivos, principalmente de homens contra mulheres, que representam a maioria dos casos. Por meio da campanha interna #ASSÉDIOAQUIONÃO, a CNM debateu o tema com seus colaboradores e gestores. Um padrão de comportamento e o processo mais comum identificado, que leva a finais drásticos, como o feminicídio, foi mostrado pela psicóloga Mariana Bilia, e Paula Meira, da organização Não Era Amor.
Ao mencionar a Lei 11.340/2006, popularmente conhecida por Lei Maria da Penha, a palestrante mencionou casos noticiados pela mídia nacional e reforçou: ”relacionamentos abusivos não têm relação com as camadas mais baixas da sociedade”. A afirmação foi representada pelas notícias, homicídio de mulheres de classe social mais elevada e com formação profissional. Assim, segundo Mariana, a cada três mulheres, uma sofrerá abuso ao longo da vida.
“A cada quatro assassinatos de mulheres, ocorre uma morte extra”, alertou a psicóloga ao citar os casos de homens que se matam após tirar a vida das companheiras. Ela aproveitou para alertar sobre alguns cuidados para não “empurrar” mulheres, inclusive aquelas mais próximas, para relacionamentos abusivos, usando rótulos ou refutando suas percepções. Também esclareceu que comportamento abusivo difere de relacionamento abusivo.
Tipos de abusos
Mariana explicou os sete tipos de abusos — físico, sexual, patrimonial, financeiro, tecnológico, psicológico e intelectual — com pilares no controle e na manipulação. Um dos pontos da palestra foi a relação disso com o ambiente corporativo. Salários mais baixos, faltas ao trabalho, patologias diversas e frequentes são alguns dos reflexos identificados. Mulheres vítimas de relacionamentos abusivos sofrem danos neurológicos irreversíveis.
A prefeita Patrícia Evelin, de Xambioá (TO), participou do debate e relatou como lida com a questão em sua cidade. “Temos dificuldades financeiras, mas estamos implementando cursos voltados às mulheres com mais de 40 anos, e com dificuldades de encontrar trabalho, para poderem ter uma fonte de sustento”, contou a gestora. Segundo ela, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a prefeitura tem buscado oferecer uma opção às mulheres em situação de vulnerabilidade.
Fora de rota
Casos de abusos voltados ao público masculino, como os homens reagem e a prática de suicídio como fuga de uma relacionamento abusivo foram colocados por colaboradores da CNM. De modo geral, todos reconhecem a importância de promover a discussão e de criar mecanismos para ajudar pessoas que enfrentam o problema. Gratidão à direção da entidade por trazer o tema ao debate foi a palavra mais proferida por aqueles que fizeram o uso da palavra.
Com o tema Relacionamento abusivo: da morte do corpo emocional à morte do corpo físico, a CNM e o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) idealizaram a ação, parte da campanha Agosto Lilás de combate a violência familiar no Brasil. Em nome da liderança da entidade e do MMM, o diretor financeiro Eliton Santana agradeceu em nome da fundadora do MMM, Tania Ziulkoski, aos presentes e lembrou pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrando problemas nas corporações.
Por: Raquel Montalvão