Prefeituras se mobilizam a favor de agricultores

Fred Ferreira
Agência CNM

Centenas de prefeituras em todo o país vão fechar as portas amanhã. O ato é um apoio ao Movimento Nacional dos Agricultores, que pretende fazer uma mobilização nacional contra a crise na agricultura e principalmente sobre as medidas emergenciais anunciadas pelo governo federal na semana passada.  Entre as principais reivindicações dos produtores estão preço mínimo para o produto agrícola, política cambial específica ao setor, seguro e crédito rural, redução dos custos de produção e refinanciamento das dívidas.

No Paraná pelo menos 42 prefeituras vão parar. É o que afirma o presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná. “Dependemos muito dos resultados agrícolas. Nossos municípios são pequenos e agricultura familiar é a base econômica da população”, afirma o presidente da entidade Vilmar Cordasso. Segundo ele, somente os serviços essenciais como coleta de lixo e hospitais vão funcionar e a população apóia e entende a paralisação.

Em Brasília, a Comissão de Agricultura Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados vai discutir amanhã o impacto das estiagens, da falta de recursos governamentais, da valorização do real em relação ao dólar e do aumento da carga tributária no setor agrícola. A reunião vai acontecer no plenário 6, a partir das 16 horas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje no programa de rádio Café com o Presidente que o preço mínimo dos produtos agrícolas é umas das metas do governo federal. "O governo precisa assumir a responsabilidade de garantir uma certa eqüidade desses preços", afirmou. Lula recebe amanhã secretários de Agricultura de vários estados para discutir a crise no setor.

Na semana passada, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues anunciou medidas para o setor, que envolverão a liberação de R$ 1 bilhão para evitar quedas no preço da soja e solucionar a crise de liquidez e de renda de produtores, especialmente do Centro-Oeste. Para Lula essa medida é para garantir dos produtores. “Essa liberação de recursos que nós fazemos é para garantir o preço mínimo da soja e vamos continuar discutindo a agricultura. Para nós, a agricultura é a válvula principal do coração deste país", afirmou. Os agricultores querem mais. Eles pedem a renegociação de R$ 7,7 bilhões em dívidas vencidas e já repactuadas entre 1995 e 2001 nos programas de securitização, de recuperação das cooperativas (Recoop) e de saneamento de ativos (Pesa).