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01/11/2018
Prefeita revela vivências pessoais e de gestão ao enfrentar câncer de mama
Há exatamente um ano, em 26 de outubro de 2017, a prefeita Francimara Lemos, de São Francisco de Itabapoana (RJ), recebeu o diagnóstico que mudaria não só sua vida pessoal, como também o comando do pequeno Município fluminense de cerca de 42 mil habitantes. Ainda que fizesse a prevenção anual em razão do histórico familiar – a avó paterna e duas tias maternas faleceram de câncer de mama –, a notícia teve um impacto inimaginável. Segundo ela, ao descobrir a doença, “o mundo desmoronou”, principalmente quando pensava na filha de cinco anos.
Em seu primeiro mandato, Francimara se viu diante do desafio de enfrentar um tratamento longo e intensivo e manter o comando do Município. “Não foi fácil, não só para mim, mas para a família e a população, que ficou meio em estado de choque. Mas foi passando, acabou que as pessoas e o Município me abraçaram”, lembra, com gratidão. Como resultado, a redescoberta e a superação pessoal vieram acompanhadas de ações em benefício da comunidade.
São Francisco de Itabapoana não tem estrutura para tratamento do câncer, como quimioterapia e radioterapia, que ocorrem na cidade vizinha de Campos dos Goytacazes. Para atender localmente pacientes e familiares, a prefeitura criou um Núcleo de Apoio, com oncologista, psicólogo e assistente social. E, desde então, campanhas de conscientização têm sido promovidas, a exemplo da caminhada, da doação de lenços e da ação da Secretaria de Estado para o Outubro Rosa com caminhão mamógrafo.
Processo
Ao descrever o tratamento, que ainda não terminou, Francimara conta que só ficava dois dias afastada quando tinha sessão de quimioterapia em razão das dores nos ossos. “Depois o trabalho seguia normalmente. O pior foi perder o cabelo, ficar careca e sem sobrancelha”, confessa, com a vaidade de quem acompanha ansiosa o crescimento do cabelo, que hoje está bem curtinho. “A quimioterapia mata tanto o que é ruim quanto o que é bom, então, apesar de ter menos de 40 anos, entrei na menopausa. Não conseguirei ter filhos, mas já tenho uma, está bom”, ressalva.
Atualmente, a prefeita segue dieta e deve continuar com os medicamentos e o cateter por cinco anos. Aos homens e mulheres que têm receio de fazer os exames do câncer de mama e câncer de próstata, seja por preconceito, negligência ou medo, ela tem um recado. “Prevenir é o melhor remédio, se eu não tivesse feito os exames, talvez não estaria aqui falando isso para você. Depois do câncer eu me vejo uma pessoa melhor, uma pessoa que vive cada dia como se fosse o último. Eu venci o câncer, não o câncer me venceu”, comemora.
Confira o depoimento em matéria especial da Rádio CNM
Por: Amanda Maia
Foto: Prefeitura São Francisco de Itabapoana (RJ)/Divulgação
Da Agência CNM de Notícias