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14/04/2021

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PL propõe criar leitos de UTI em Municípios pequenos com recursos dos SUS

140421 leitos uti foto Breno Esaki Ag SaudeTramita na Câmara dos Deputados, em caráter conclusivo, proposta que prevê implementação e manutenção de leitos de UTI em Municípios pequenos com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O Projeto de Lei (PL) 210/2021 – apresentado pelo deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) – sugere a administração dos gestores municipais.

O PL torna obrigatória a criação de pelo menos cinco leitos hospitalares de tratamento intensivo nos Municípios com população igual ou superior a 50 mil habitantes. Também obriga a implementação mínima de 15 leitos de UTI nas cidades com 100 mil habitantes, podendo chegar até 25 leitos, para responder à demanda por leito resultante da pandemia de Covid-19 no País.

Para atender Municípios com menos de 50 mil habitantes, que não disponham de leitos de UTI, o PL sugere a disponibilização dos leitos nos Municípios maiores contemplados pela proposta. Assim, a disponibilização às cidades vizinhas será obrigatória, no caso dos Municípios com mais de 100 mil habitantes, na ordem em que forem solicitados, exceto se esgotados os leitos.

A matéria ainda será votada nas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Segundo o autor do PL, o número de leitos nessas cidades pode ser até dez vezes maior. “Cabe ao governo federal e ao Congresso viabilizar o acesso da população à saúde, em especial os cidadãos que vivem em Municípios menores e mais afastados das capitais”, defende o parlamentar.

Estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que, entre os anos 2008 e 2018, o SUS perdeu 23.091 leitos. No entanto, ao analisar o mérito do PL, a entidade apresenta algumas preocupações. São elas:

(i) os novos leitos exigem profissionais capacitados e os recursos humanos para tais instituições de saúde está esgotada;
(ii) o texto não deixa claro quem financiará os novos leitos e, por ser de competência tripartite, o SUS conta com recursos da União, dos Estados e dos Municípios. É necessário trazer expressamente quem será responsável pela criação e manutenção dos leitos;
(iii) a média e alta complexidade é competência do governo federal e as prefeituras não têm condições de arcar com mais essa responsabilidade. O PL deve definir a fonte de financiamento para evitar problemas orçamentários aos Municípios;
(vi) apesar de sugerir a administração pelos dos gestores municipais, o projeto não diz quem fará a regulação desses leitos de UTI.

A área de Saúde da Confederação explica ainda: o SUS trabalha em redes, por isso a regulação tem um papel importante. Os Municípios que não possuem hospitais ou leitos de UTI, já são referenciados e o Ministério da Saúde tem disponibilizado leitos de UTI em caráter excepcional. Para a entidade, esses apontamentos precisam ser considerados, caso contrário, o PL pode promover mais problemas do que soluções a administração municipal, a Rede de Atenção à Saúde e a regionalização do SUS.

Da Agência CNM de Notícias, com informações da Câmara
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde


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