Pesquisa gaúcha mostra crescimento de pequenos municípios

Agência CNM

Municípios com menos de 10 mil habitantes registraram o maior crescimento econômico nos últimos dez anos no Rio Grande do Sul. O dado é resultado de estudo realizado pelo professor Luis Roque Klering, da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A pesquisa revela que investimento único pode alterar profundamente a arrecadação de tributos, mas nem sempre a riqueza expressa pelas cifras resulta em melhorias para a população. No município de Aratiba, o Produto Interno Bruto (PIB) disparou depois da instalação da Hidrelétrica de Itá. Cresceu cerca de 2.150% entre 1996 e 2006. Osório teve aumento de 528% do PIB entre 2005 e 2006 gerado por uma mudança tributária.

No entanto, mostra o estudo, há também conseqüências negativas da excessiva dependência de um só grande gerador de receita. Portão amargou queda de 32,7% do PIB de um ano para outro, provocado pela desativação de uma fábrica da Bayer.

“Para o cidadão, não muda claramente de um ano para o outro”, diz o pesquisador. “Em Triunfo, a qualidade de vida quase não melhorou nos últimos 20 anos”. O município lidera o ranking de renda por pessoa nos últimos anos devido à presença de um pólo petroquímico.

Klering utilizou dados fornecidos pelas prefeituras para calcular suas fatias de ICMS. Ele afirma que alguns municípios acabam vivendo situações excepcionais de arrecadação que resultam números inflados ou murchos temporariamente, como quando têm disputas judiciais, por exemplo.

Mesmo assim, os números mostram prefeituras de cofres cheios. “Aumentando o ICMS, o município tem mais poder para investir”, diz o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Flávio Lammel.

De acordo com o Lammel, o dinheiro para fluxo de caixa facilita a realização de investimentos diretos que atraem comércio e indústria, como pavimentação de ruas e compra de terrenos, o que ajuda a abrir empregos na cidade. Além disso, os recursos servem para pagar dívidas, contratar funcionários ou serão destinados à Câmara de Vereadores.

Com informações do jornal Zero Hora