Outubro Rosa: estudo CNM revela dificuldades em obter diagnóstico precoce do câncer de mama

A detecção precoce do câncer de mama é muito importante para o tratamento adequado e cura da doença. Das mais de 10 milhões de mamografias esperadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em mulheres na faixa etária dos 50 aos 69 anos em 2014, apenas 4,69 milhões foram realizadas. É o que aponta levantamento elaborado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O material, publicado no último dia 26 de outubro, avalia a eficácia das ações implementadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Além do número de exames realizados no Brasil, também foi verificada a distribuição dos equipamentos, os mamógrafos.

Em 2014, foram prestados 4,69 milhões de atendimentos. Na contramão, 17,8 milhões de mulheres encontravam-se na faixa de risco, entre os 50 e 69 anos. Essa proporção entre demanda e atendimentos revelou uma cobertura de apenas 26%. O índice é bem inferior ao que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Distribuição dos equipamentos
O estudo também revelou que a quantidade de mamógrafos disponibilizados pelo SUS é satisfatória. Porém, a distribuição dos aparelhos se mostra desigual: 65,5% estão alocados no Sul e Sudeste e uma pequena parte no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País.

São Paulo é o Estado que reúne o maior número de mamógrafos: são 1.219 neste ano. Minas Gerais aparece em segundo lugar com 572 e o Rio de Janeiro logo em seguida com 486 equipamentos. Para se ter ideia da concentração, Roraima conta com somente quatro.

Ainda segundo o material da CNM, a concentração ocorre não apenas na relação entre os estados. Dos 4.876 mamógrafos registrados em 2014, 1.665 estão nas capitais e os demais no interior, o equivalente a 34,1%.

Garantia da lei
O Ministério da Saúde estebelece que tenha um mamógrafo para cada 240 mil habitantes. Esse é o parâmetro ideal defendido pela OMS. Todavia, apesar dos 4.810 mil aparelhos disponíveis, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades para conseguir fazer os exames.

A Lei 11.664/08 estabelece que todas as brasileiras têm o direito de realizar a mamografia a partir dos 40 anos. Em vigor desde 2009, a legislação prevê a realização do exame gratuitamente no SUS desde que apresentada solicitação médica.

Atenção
Entre 50 e 69 anos, o tecido mamário é susbtituído por gordura. Esse processo torna mais clara a visualização de um possível tumor. Por isso, é importante que mulheres nessa faixa etária realizem o exame. O diagnóstico antecipado de qualquer anormalia na mama pode salvar vidas.

Conforme dados publicados pelo INCA, a cada ano que passa cresce o número de óbitos em função do câncer de mama. Em 2013, foram 12.853. Três anos depois, esse número ultrapassou os 14 mil. Ainda segundo o Instituto, todos os anos cerca de 50 mil brasileiras são diagnosticadas com câncer de mama.

Outubro Rosa CNM
A Confederação alerta que a doença é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres. A mamografia consegue descobrirpequenos tumores e nódulos no estágio inicial. Se for detectado nessa fase, a chance de cura pode chegar até 98%.

Durante todo o mês de outubro a CNM aderiu à mobilização nacional Outubro Rosa para chamar a atenção para a prevenção da doença. A entidade orienta os gestores que continuem a desenvolver estratégias voltadas à saúde da mulher não apenas nesse período, mas durante o ano todo.

Confira aqui o levantamento