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13/10/2014
OMS reconhece: Ebola é a emergência de saúde mais severa e aguda registrada nos tempos modernos
Com cerca de 4 mil vítimas no Oeste da África, o surto do Ebola é a emergência de saúde mais severa e aguda visto nos tempos modernos, e o vírus apenas se transformou em uma ameaça mundial por conta da pobreza. A constatação é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que reconhece: o mundo não está preparado para lidar com emergências sanitárias internacionais e adverte que a proliferação de casos é resultado das desigualdades sociais no planeta.
Segundo a ONU, os números reais de mortos podem ser duas vezes maiores, já que muitos doentes sequer se apresentam aos centros de saúde. Os números oficiais indicam pelo menos 4 mil mortes por causa da doença. A epidemia foi o assunto da 65.ª de reunião do Comitê Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Manila, nas Filipinas, que reuniu delegações dos 37 países que formam a região do Pacífico Ocidental.
A diretora da OMS, Margaret Chan, disse que o número de casos continua a aumentar de forma exponencial, e que nunca viu uma doença contribuir de forma tão forte para o fracasso potencial de um Estado. No entanto, para ela, a proliferação da doença é resultado da desigualdade social. "Em termos muito simples, o surto mostra como uma doença mortal no mundo pode explorar as fraquezas de uma infraestrutura de saúde, seja por causa da falta de médicos ou locais de isolamento pelos países da África", indicou Chan.
Além da falta de estrutura dos sistemas de Saúde, a OMS mencionou ainda a falta de financiamento do mundo rico para remédios que possam curar problemas do mundo pobre. "O Ebola surgiu há 40 anos. Mas por que os médicos ainda não têm nada para tratar dos pacientes?", questionou. "Isso acontece por que, historicamente, a doença tem se limitado às nações mais pobres da África", acusou a diretora. Ela disse ainda que os incentivos para pesquisa e desenvolvimento são virtualmente inexistentes, e que uma indústria que só pensa em lucros não investe em produtos para mercados que não podem pagar por eles.
Da Agência CNM, com informações do Estado de S. Paulo